Na semana passada, o projeto que estabelece diretrizes para as apostas esportivas no Brasil foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
Se o projeto for sancionado, a responsabilidade de supervisionar as apostas será atribuída aos ministérios da Fazenda e do Esporte.
Em contraste com essa situação, na Europa, esse mercado já está regulamentado e contribui com bilhões de dólares para os recursos públicos.
Os jornalistas Felipe Kieling e Sonia Blota, da Band, exploraram a realidade das apostas esportivas no Reino Unido e na França.
O cenário das apostas esportivas no Reino Unido
No país da realeza, a prática de apostas esportivas é profundamente enraizada na cultura britânica, contando com a participação de cerca de 40% da população.
No entanto, ao contrário do que se poderia pensar, essa atividade é altamente regulamentada, visando garantir um ambiente seguro e justo.
Uma das medidas mais notáveis é a vigilância rigorosa das atividades suspeitas nos sites de apostas.
A regulação das apostas esportivas no Reino Unido é um processo que amadurece com o tempo. A partir dos 18 anos, a regulamentação torna a prática de apostar mais segura.
Entre as principais normas está a proibição de jogadores e árbitros de envolverem-se em apostas relacionadas ao futebol, bem como de compartilhar informações privilegiadas que possam favorecer terceiros, como transferências de jogadores ou escalações.
As empresas de apostas, por sua vez, precisam obter uma licença para operar, além de serem obrigadas a apresentar um plano de negócios minuciosamente elaborado.
Elas também têm a responsabilidade de monitorar de perto qualquer atividade suspeita e fornecer relatórios periódicos. Quando todo esse processo é conduzido adequadamente, traz benefícios notáveis.
No Reino Unido, o setor emprega cerca de 110 mil pessoas e gera uma receita fiscal anual equivalente a R$ 26 bilhões.
As apostas na França: Jogos de Paris 2024 está chegando
Na França, onde a regulamentação das apostas esportivas teve início em 2010, todos os entusiastas das apostas estão agora direcionando sua atenção para os Jogos de Paris 2024.
No país, há mais de 4,5 milhões de adeptos das apostas, com uma média de gastos de 300 euros por ano.
Atualmente, 15 empresas operam legalmente na França, estabelecendo parcerias com clubes, estádios e até mesmo com a própria liga responsável pelo campeonato. O setor de apostas já representa um valor superior a R$ 7 bilhões.
No entanto, as autoridades francesas estão aplicando rigorosas medidas de controle para evitar vícios relacionados às apostas. Desde 2020, um novo órgão regulador assumiu essa responsabilidade.
Com uma legislação que está prestes a atingir a maioridade, o país busca assegurar que as apostas permaneçam como uma forma de entretenimento, evitando que se transformem em um problema de vício.
Para atingir esse objetivo, cassinos online são proibidos na França, e a autoridade nacional dos jogos está empenhada em restringir a publicidade das casas de apostas.
O receio é que patrocínios em uniformes de clubes e o uso de atletas como embaixadores das marcas possam levar os apostadores por um caminho potencialmente prejudicial.