Casas de apostas esportivas e empresas de mídia
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Grupos de comunicação estão em negociações para formar joint ventures e atuar no Brasil com as “bets”, termo usado para se referir às empresas de apostas esportivas online.

De acordo com o Estadão, o acordo mais avançado é entre o Grupo Bandeirantes de Comunicação e a OpenBet. Esta pertencente ao grupo norte-americano Endeavor, que processa metade das apostas esportivas dos EUA e Canadá, além de 65% das do Reino Unido.

Possíveis parcerias

No Brasil, um sócio local deve deter, no mínimo, 80% de participação para que empresas internacionais de apostas esportivas online possam operar. Mas a busca por parceiros locais não se dá apenas por essa limitação.

“Para as internacionais interessa um parceiro com conhecimento do mercado brasileiro”, diz José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda.

A vantagem para as empresas de comunicação brasileiras é a diversificação de fontes de renda e o avanço numa área em alta. A Fazenda iniciou, em novembro, o processo de credenciamento para empresas que desejam atuar no mercado de apostas.

Assim, a outorga, válida por três anos, custa R$ 30 milhões. O governo esperava receber 30 inscrições, mas recebeu 130.

Duas empresas, uma dos EUA e outra da Europa, já buscaram a Globo para estabelecer uma parceria. Mas o grupo também se credenciou na Fazenda por meio da DFS Entretenimento, dona do Cartola Futebol Clube.

“Na verdade, a Globo não precisa de parceiro. Pois ela domina o mercado de mídia brasileiro, tem a expertise do Cartola e pode escolher com quem quer firmar parceria”, declarou uma fonte ao Estadão.

Imagem: Globo / Divulgação

Regulamentação das apostas esportivas

A Lei das Bets, sancionada em 2023, veda que operadores do setor detenham, licenciem ou financiem direitos de transmissão de eventos esportivos. Então, pelo cronograma da Fazenda, a primeira lista de credenciadas será publicada em julho. 

Neste meio tempo, as regras estão sendo definidas, incluindo a que impede que apostadores usem cartões de crédito. Dessa forma, até julho, a Fazenda também publicará todos os detalhes da regulamentação do setor.

“Um e meio por cento da população brasileira tem compulsão por apostas. É muita gente e isso está sendo levado em conta”, acrescentou Manssur.

Em nota, a Globo confirmou que a DFS está avaliando as oportunidades do negócio. “A empresa está estudando o potencial do segmento de apostas esportivas no Brasil”, consta em nota enviada ao jornal, enquanto Band e SBT não se manifestaram.