CPI das apostas esportivas: Romário diz que atletas de Cruzeiro, Santos e Atlético-MG estariam envolvidos
Foto: Reprodução / Canal da Câmara dos Deputados no Youtube

O jogador de futebol Marcos Vinícius Alves Barreira, mais conhecido como Romário, afirmou, nesta terça-feira, 20, que jogadores de times como Cruzeiro, Santos, Atlético Mineiro e Avaí estariam envolvidos no esquema de manipulação de jogos no futebol brasileiro.

A informação foi citada em audiência da CPI das Apostas Esportivas na Câmara dos Deputados. Ele foi banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ser citado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na Operação Penalidade Máxima, que apura as fraudes.

Romário declarou que não ganhou dinheiro dos criminosos para influenciar no resultado de jogos. Todavia, repassou o contato de outro jogador do Vila Nova (sua antiga equipe), Gabriel Domingues, com um dos aliciadores.

“Fizeram a proposta para mim, e eu neguei. Meu erro foi ter passado o número do Gabriel Domingues para eles”, disse. “De Goiás, não. Mas de outros estados, sim. [De] jogadores não chegaram a falar nomes, mas falaram dos clubes. Cruzeiro, Avaí, Santos e, na época, Atlético Mineiro. Eles chegaram a falar e me mandar vídeo dos caras fazendo para eles”, acrescentou.

Ameaças

De acordo com o atleta, Gabriel Domingues não conseguiu executar a regularidade por não ter sido escalado entre os titulares no jogo em questão. Posteriormente, um dos integrantes da quadrilha teria ameaçado o próprio Romário.

“Ele veio me cobrar os R$ 500 mil da aposta. Falei que não teria como pagar algo que não fiz e, aí, começaram as ameaças dele. Tem prints, vídeos dele ameaçando, ameaçando minha família”, pontuou.

Ele declarou que contou a situação ao presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, mas não teria sido aconselhado a denunciar o caso. “Cheguei a falar com o Hugo. À época, não [orientou a fazer denúncia]. Uma semana depois, ele rescindiu meu contrato”, detalhou.

Confira o depoimento completo do jogador na CPI

CPI das Apostas Esportivas

A CPI das Apostas Esportivas tem a presidência de Júlio Arcoverde (PP-PI) e relatoria de Felipe Carreras (PSB-PE). A discussão sobre o assunto se intensificou após o MPGO denunciar 16 pessoas por fraudes nos resultados de 13 partidas de futebol.

Os casos envolveram partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, em 2022, e dos campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023. Alguns jogadores já foram julgados e condenados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) com banimento, suspensão e multas.