Apostas esportivas no Brasil tributação e destinação dos recursos (1)
Apostas esportivas no Brasil tributação e destinação dos recursos.

Com a taxação de apostas esportivas no Brasil praticamente definida, há expectativas de um grande avanço na regulamentação do setor nos próximos dias.

O tema tem sido tratado por meses, e o governo se comprometeu a definir regras para supervisionar as operações das casas de apostas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende assinar uma medida provisória (MP), que entrará em vigor imediatamente após a sua publicação, e um projeto de lei (PL), que será apreciado pela Câmara dos Deputados em agosto.

O governo decidiu tributar as apostas esportivas como estratégia para aumentar a arrecadação federal. No entanto, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o impacto positivo nas contas do governo será menor do que o esperado.

Segundo o ministro, a estimativa é que a arrecadação anual com as apostas fique em torno de R$ 2 bilhões, muito abaixo do que se previa inicialmente.

Apostas esportivas no Brasil: taxação será válida para empresas e apostadores

As principais regras da regulamentação de apostas esportivas incluem a tributação das empresas e dos apostadores. De acordo com o g1, a MP prevê o seguinte:

  • As empresas terão suas receitas brutas taxadas em 16%;
  • Os apostadores serão taxados em 30% sobre os ganhos, somente quando esses ganhos ultrapassarem R$ 2.112;
  • Os apostadores não serão taxados em caso de perdas ou ganhos inferiores a R$ 2.112;
  • Os apostadores não serão taxados apenas por fazerem apostas;
  • Será publicada uma portaria para detalhar as regras de credenciamento e operação das empresas no país.

Vale destacar que mais de 70% dos prêmios das apostas esportivas serão isentos com essa mudança, conforme afirmado pelo Ministério da Fazenda.

Apostas esportivas no Brasil: tributação e destinação dos recursos
Taxação das apostas esportivas pode trazer recursos fundamentais para o Brasil.

Recursos essenciais para diversos setores da sociedade brasileira

A receita gerada com as taxas e impostos será destinada para áreas como segurança pública, educação básica, clubes esportivos e ações sociais, conforme previsto inicialmente. De acordo com a Fazenda, do total arrecadado:

  • 2,55% irão para o Fundo Nacional de Segurança Pública;
  • 0,82% para a educação básica;
  • 1,63% para os clubes esportivos;
  • 10% para a seguridade social;
  • 1% para o Ministério dos Esportes.

Por outro lado, o projeto de lei (PL) trata especialmente das sanções para as empresas e possíveis penalidades. Espera-se que sejam publicadas seis portarias a partir dele, abordando os seguintes temas:

  1. Credenciamento: informações sobre a outorga a ser paga, e as empresas terão 180 dias para se credenciar; aquelas que não se enquadrarem nas novas regras não poderão operar;
  2. Meios de pagamentos: os usuários só poderão pagar as empresas por meio de plataformas autorizadas pelo Banco Central (BC);
  3. Jogo responsável: regulamentação dos anúncios e publicidade das apostas;
  4. Vício no jogo: ampliação do suporte psicológico e psiquiátrico para pessoas com vício em apostas;
  5. Sistema de monitoramento: desenvolvimento de uma plataforma capaz de monitorar a arrecadação com a regulamentação e a manipulação de apostas em tempo real;
  6. Lotex: o governo considera a possibilidade de retomar a Lotex, antiga “raspadinha”, para arrecadar mais de R$ 3 milhões.

Ainda não há uma data exata para a publicação das portarias, mas as de tributação, credenciamento e meios de pagamentos estão mais avançadas nesse processo.