CPI-das-Apostas-busca-novo-acesso-a-dados-sigilosos-apos-negativa-de-Lira.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Jorge Kajuru reiterou seu pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira, para obter acesso as informações coletadas pela CPI da Manipulação dos Resultados.

Essa nova fase da investigação teve início depois que Lira recusou compartilhar os dados sigilosos obtidos pela Casa durante os trabalhos da comissão no ano passado.

Lira argumentou que a CPI havia se comprometido a manter em sigilo os documentos mais confidenciais. Ele também afirmou que a inexistência de hierarquia entre a Câmara e o Senado impede que solicitações sejam feitas nos termos propostos pelo Senado.

No entanto, Kajuru não desistiu. Em sua mais recente tentativa, explicou que não estava fazendo uma “requisição“, mas sim um “respeitoso pedido de colaboração” entre as duas Casas.

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados – Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente da CPI das Apostas no Senado argumenta que não há impedimento para o fornecimento de informações. Essas informações podem embasar e promover a discussão entre parlamentares e especialistas especificamente designados para analisar os elementos de informação coletados.

Kajuru declarou: “Reiteramos, por meio deste documento, que a referida Comissão Parlamentar de Inquérito não visa a superposição ou reexame daquilo que foi feito pela Câmara dos Deputados, e aqui se firma este compromisso por parte deste Presidente, mas tão somente a horizontalização das informações, avançando para os melhores resultados para a sociedade brasileira”.

CPI das Apostas no Senado já ouviu representantes da CBF

Vale salientar que um dos fatores preponderantes para o início da CPI no Senado foi o dono do Botafogo, John Textor. Isso porque o empresário realizou uma série de alegações de supostas manipulação no futebol brasileiro a partir de um dossiê.

Textor foi um dos primeiros convidados da CPI. Mas, representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também foram ouvidos recentemente e afirmaram que a entidade trabalha para preservar a integridade esportiva. E, caso recebam alguma denúncia grave, eles a encaminharão às autoridades competentes para investigação.

Assim, os trabalhos no Senado podem se estender por até seis meses.