Último dia do BiS SiGMA Americas destaca oportunidades em São Paulo e nos setores de IA, cripto e iGaming

A indústria de apostas esportivas, jogos online e afiliados se encontrou pela última vez nesta edição 2023 do BiS SiGMA Americas. O Transamerica Expo Center, situado em São Paulo, recebeu um público impressionante em um ano de crescimento expressivo para o maior evento do segmento na América do Sul.

Com estrutura e agenda ampliadas, o público da conferência pôde prestigiar uma grandiosa feira com dezenas de marcas expositoras. Além disso, o BiS SiGMA Americas forneceu mais de 50 horas de conteúdo premium entre palestras, seminários e dinâmicas divididas em dois auditórios.

O portal iGaming Brazil contou com estande próprio durante todos os dias de evento visando receber e interagir com os participantes, bem como cobriu os principais acontecimentos desses três dias. A seguir, confira os tópicos mais relevantes abordados nos últimos painéis.

Painel: Meios de pagamento alternativos para o mercado brasileiro

João Canhada (Foxbit), Matheus Medeiros (FuTokes), Bernardo Srur (ABCripto) e Sean Prescott (VeroWay) foram os palestrantes convidados para a primeira atividade deste último dia.

Bernardo Srur iniciou apresentando um panorama sobre o mercado cripto no país, que está sendo regulamentado. “A indústria cripto vive um grande momento no Brasil e no mundo”.

João Canhada apresentou a Foxbit e como as suas soluções podem auxiliar o mercado. “É muito importante e legal acompanhar toda essa evolução no mercado nacional. O cripto como meio de pagamento é uma excelente opção, porque você se torna global de fato, com o uso do Bitcoin por exemplo. Cripto tem fatores que vão muito além da questão financeira”.

Matheus Medeiros, por sua vez, avaliou o cenário presente e futuro dos meios de pagamentos alternativos. “Hoje basicamente existe um tripé, com bancos, bandeiras (flags) e maquininhas. É um modelo com taxas e que todos gastamos muito pra manter”.

Matheus Medeiros e Sean Prescott

Medeiros explicou como os tokens são difíceis de precificar e que esse é um dos maiores desafios do mercado cripto a longo prazo. Segundo o representante do FuTokes, os “tokens ainda estão em processo de evolução e que existem diversas questões a se resolver, como a utilização como produto de engajamento e comercial”.

Sean Prescott se aprofundou nas questões de segurança do setor, abordando os modelos atuais dos bancos tradicionais e como a criptografia pode ser ideal para integridade financeira. Ele também citou que cuidar dos dados é essencial para o segmento, bem como a imposição de regulamentações adequadas.

Segurança

Canhada compartilhou sua visão do desenvolvimento do cripto como um serviço e como pode difundir esse tipo de tecnologia no Brasil. “O principal ponto do cripto como um serviço é que ele descomplica”.

João Canhada

“Os bancos ainda estão bem limitados quando falamos do uso da cripto como meio de pagamento. Mas essa é uma evolução natural do que ainda está por vir no mercado”, continuou.

Já para Prescott, a tecnologia underline é a mais importante. “Para evitar situações de fraude podem ser usados dados de segurança e custódia”, ponderando que “uma das maiores dificuldades da maioria das tecnologias é torná-las simples e fáceis de usar”.

Palestra: São Paulo (a cidade em que vale a pena apostar)

Michael Sotelo Cerqueira (SP Negócios) começou citando dados e informações que comprovam o crescimento de São Paulo e como a cidade oferece um cenário extremamente propício para investimentos.

“A cidade oferece toda uma parte de inovação, tecnologia e infraestrutura muito forte. Temos de fato um potencial para essa indústria. Diferente de muitas outras cidades, São Paulo tomou diversas decisões para fomentar o setor”.

Cerqueira mencionou ainda os principais atrativos municipais para a indústria de apostas esportivas, como o ISS, capacidade ampla de emissão de notas e uma população extremamente diversa e com grande espaço para exploração.

Ele explicou sobre o papel da SP Negócios de ajudar investidores e empresas na cidade, além da grande força de trabalho que a cidade proporciona.

Painel: Meios de pagamento como diferencial competitivo para operadores de jogos online

Thiago Tobias (Eightroom), Rafael Brunacci (CoinsPaid), Leonardo Chaves (OKTO), Cristiano Maschio (Qesh.ai) e Leonardo Baptista (Pay4fun) formaram a mesa-redonda que tratou de métodos de pagamento para o setor de apostas.

Cristiano Maschio enumerou as regras e normas a serem seguidas para uma plataforma ter segurança e integridade no setor. “O meio de pagamento no Brasil tem um regulamento, e ele precisa ser seguido”.

“O diferencial competitivo não está no PIX, mas na forma em que a é processado”, disse Maschio sobre um dos meios de pagamentos mais famosos do país e que já lidera entre as operações de apostas no Brasil.

Leonardo Chaves preferiu focar no ponto de vista do usuário. “Temos que pensar do ponto de vista do usuário…Para que não possamos perder a intenção de compra [do usuário]. Se eu quero dar soluções de pagamento, eu devo pensar nos diversos tipos de clientes”.

Leonardo Chaves

E projetou o cenário a longo prazo. “Temos que seguir e registrar todas as informações nesse cenário. Nós, como meio de pagamento, estamos sempre olhando para a questão futura. O futuro tem sempre muitas inovações”.

“O PIX ajudou o mercado chegar ao ponto que chegou hoje. Precisamos estar sempre atentos e preparados para essas novas soluções. Tem que ser fácil e sempre muito seguro”, adicionou Chaves.

Para Rafael Brunacci, o Banco Central do Brasil terá um desafio muito grande em relação ao uso de meios de pagamentos alternativos. “Está vindo uma nova geração atenta aos meios de pagamentos alternativos. Isso vai ser um desafio do Banco Central e dos próprios meio de pagamento”.

Rafael Brunacci

Para Brunacci, o Brasil está caminhando para um segmento regulado e seguro. “Eu acho que o caminho normal é os meios de pagamentos oferecerem novas alternativas. Isso só vai trazer muito mais funcionalidades para as plataformas de pagamento. Quem souber surfar essa onda com rapidez, eficiência e seguindo as normas e regras, vai ser uma empresa de destaque”.

Desenvolvimento e segurança

Thiago Tobias reforçou que é imprescindível desenvolver e massificar as tecnologias do setor. Leonardo Baptista concordou com esse ponto e disparou: “Para mim, cripto é o próximo PIX. Acho que vem uma regulamentação [cripto] forte, com uma equipe competente, a parte tecnológica já está bem desenvolvida. Mas, assim como as apostas, existe um preconceito muito grande com as criptos”.

Leonardo Baptista

Maschio deu continuidade ao assunto, frisando que o mercado brasileiro precisa estar preparado. “Existe muita coisa ainda para acontecer com a cripto, ela é a próxima moeda…mas ela precisa estar muito ‘redonda’ aqui dentro [Brasil]”.

Brunacci explicou como essa preparação para operar com cripto está acontecendo em solo nacional. “Existe uma questão latente que está forçando o mercado que são os players e operadores”, mas lembrando que “nunca um mercado está preparado para um inovação como essa. É necessário entender como funciona a tecnologia, o perfil dos usuários e ajustar isso ao cenário”.

Palestra: PCRM Marketing em iGaming, uma verdadeira história de amor

Pini Yakuel iniciou destacando os trabalhos e parcerias da Optimove no Brasil e ao redor do mundo. “Nós acreditamos que marcas que priorizam seus consumidores constroem uma lealdade real”.

Yakuel explicou o que é o CRM Marketing e como pode ajudar na construção de uma base de clientes leal, crescente e 1:1. Além disso, citou as grandes diferenças entre o setor de apostas e outros segmentos, ressaltando que o iGaming é um paraíso de oportunidades a ser explorado.

“Temos várias opções de personas onde os dados e CRM podem funcionar no iGaming. O Marketing CRM é uma arma secreta para um crescimento rápido”. Para fechar a apresentação, Yakuel elencou os passos necessários para utilização do CRM de uma forma adequada e eficaz, que gere resultados e diferenciais únicos.

AIBC Americas

O período destinado ao AIBC (Artificial Intelligence Blockchain and Cryptocurrency) Americas no BiS SiGMA Americas contemplou uma sequência de rápidas palestras para investidores, desenvolvedores e entusiastas em IA (inteligência artificial), blockchain e outros campos de ponta.

O objetivo desse momento foi oferecer uma oportunidade para os participantes realizarem contatos, aprenderem e compartilharem ideias com algumas das figuras influentes no setor.

Painel: Diferenciais competitivos para o operador na escolha de um integrador como parceiro

Eliane Nunes (Salsa Technology), Laila Mintas (PlayEngine), Jesus Rafael Campos (Betconnection), Lenildo Nogueira (Weebet), Matheus Bicalho (Cactus) e Rafael Arantes da Silva (Zep.bet) participaram do último painel e discorreram sobre os pontos que os operadores devem considerar ao escolher seus parceiros.  

Eliane Nunes abriu a conversa ressaltando que o setor trabalha pra promover um ambiente saudável entre integradores e operadores.

Em sua fala, Matheus Bicalho ponderou sobre a responsabilidade dos provedores em manter uma comunicação direta e transparente. “Nós como provedores temos que ter a responsabilidade de levar uma comunicação clara e se posicionar como parceiro”.

“Quando você faz uma análise para ser um operador você deve pensar ‘eu vou vender um produto’, e esse produto deve ser bom”, completou Bicalho.

Matheus Bicalho

Já Rafael Arantes pontuou que o mercado brasileiro é bastante peculiar. “Sempre damos uma importância para uma solução nacional e não é à toa, nosso mercado é muito peculiar. O comportamento do consumo no Brasil, como com qualquer produto, é diferente de qualquer lugar do mundo”.

Lenildo Nogueira deu sequência a esse tema. “Adaptar a realidade do mercado brasileiro e proporcionar comunicação adequada a esse público é fundamental”, acrescentando sobre os critérios de parceria. “O operador precisa ter o maior número de jogo e opções, mas sempre que possível, ter um parceiro local”.

Lenildo Nogueira

Jesus Rafael Campos, por sua vez, compartilhou a perspectiva dos integradores internacionais. “Fazemos associações com empresas locais para podermos compreender a realidade de cada região e entender melhor”.

Laila Mintas aproveitou seu espaço para detalhar a atuação da PlayEngine, como também mencionou os níveis de operação global e como a empresa está analisando as questões de tecnologias antes de partir para a questão de localização no Brasil. “Brasil é um grande mercado a ser explorado. Você vê muito operadores internacionais que estão de olho no Brasil”.

Laila Mintas

Nível de competição

Para Nogueira, é importante entender as capacidades e potenciais do seu parceiro, como jogos disponíveis, alcance, portfólio. “Ás vezes tem gente que está ansioso para colocar a plataforma pra rodar rapidamente. Mas é importante ir com calma, de planejar e procurar um parceiro com bom histórico. Mais importante do que pressa é analisar seu parceiro”.

Assim, Rafael Arantes explicou a necessidade de ter uma plataforma muito bem ajustada. “Se você não tiver uma plataforma bem ajustada, você quebra em dois meses. E isso [uma plataforma ajustada] se deve muito ao parceiro. O suporte também é essencial nesse mercado”.

Rafael Arantes

Bicalho seguiu a mesma linha. “O operador precisa entender qual é a lógica do produto [do parceiro] que ele está adquirindo. O operador precisa ter um parceiro que entenda o mercado”.

Já Laila reconheceu que a competitividade está crescendo a cada dia e os detalhes fazem toda a diferença. “Estamos vendo o nível de competição de mercado aumentando cada vez mais”.

Campos corroborou com esse ponto ao falar do nível de competição nacional e como a nova geração é muito exigente, tanto em tecnologia, localização e alternativas. “Não se trata mais apenas de tecnologia, e sim de toda equipe do provedor”.

Jesus Rafael Campos

Mas, Eliane Nunes alertou que é de vital importância manter a essência brasileira. “Falamos muito da questão de localização e o mercado brasileiro aprendeu muito com os cenários internacionais. Mas de um ponto nós não abrimos mão: precisa ter o nosso jeito. Não existe mercado como o Brasil”, finalizou.

Cerimônia de encerramento

Um dos responsáveis pela abertura do BiS SiGMA Americas, Alessandro Valente, encerrou a histórica edição 2023. Conforme Valente, o evento deste ano superou as edições anteriores em números de empresas e participantes.

Ele fez questão de ressaltar a relevância da parceria da SiGMA, além de agradecer a cobertura de todas as empresas de mídia, que fazem a diferença na difusão desse setor. “Foi realmente muito fantástico”, encerrando as atividades com todos os integrantes da equipe de organização no palco.