A segunda etapa de seminários do BiS SiGMA Americas prosseguiu na tarde desta sexta-feira, 16. Especialistas, personalidades e profissionais convidados para enriquecer a agenda do evento falaram sobre pautas de extrema importância para a indústria latino-americana.
O público pode acompanhar análises valiosas sobre as oportunidades de negócios a partir de jogos de fantasia e esportes eletrônicos, a publicidade nas apostas esportivas, integridade esportiva e mecanismos para combater a corrupção em competições.
Desde a abertura do BiS SiGMA Americas, o portal iGaming Brazil está trazendo material exclusivo com entrevistas, galerias com as melhores imagens e reportagens sobre os temas abordados nos dois auditórios. Acompanhe a seguir as principais informações compartilhadas na tarde desta sexta:
Painel: Fantasy Gaming e eSports – novas oportunidades de negócios
Bárbara Teles (Rei do Pitaco), Renan Philip (Fluxo), Jane Guan (Pinnacle), Fellipe Fraga (EstrelaBet) e Roque Marques (Better Colective) integraram o primeiro seminário do período vespertino.
Bárbara iniciou discorrendo sobre o aumento expressivo do segmento de eSports e fantasy games no Brasil. “Nos próximos anos, esse setor [fantasy sports] pode crescer cerca de 120%. Vemos um reconhecimento de que os eSports são um esporte eletrônico e merecem o seu espaço no mercado”.
Jane Guan reforçou essa tendência de alta para os esportes eletrônicos. “Os eSports cresceram muito nos últimos 3 anos, cerca de 300%. E nos próximos anos pode chegar a crescer 200%”, complementando que há diversas fontes de receita a serem exploradas (torneios, patrocínios, parcerias, etc).
“A audiência precisa realmente sentir que você como operador está investindo no setor, para assim ter engajamento. Acreditamos fielmente no crescimento desse mercado”, acrescentou.
Renan Philip, por sua vez, comentou sobre a sinergia existente entre os esportes eletrônicos e o iGaming. “Os eSports e o iGaming andam juntos há muito tempo nesse segmento”, afirmou.
Para Fellipe Fraga, os esportes eletrônicos são o futuro e poderão até superar os esportes tradicionais. “Os eSports vão sobrepor os esportes tradicionais. Os novos apostadores já estão acostumados com a aleatoriedade [RNG]”.
Fraga também analisou as opções de fantasy sports: “Os fantasy sports são uma oportunidade muito legal, porque mesmo não sendo uma aposta esportiva, trabalha com uma previsibilidade”.
Roque Marques relembrou que os eSports estão no território nacional há mais de duas décadas. “Os eSports estão no Brasil há mais de 20 anos, sendo o CS:GO um dos mais proeminentes no cenário. Os fantasy e os eSports podem caminhar juntos no futuro, são modalidades que estão próximas e podem atender um público amplo”.
Já Bárbara alertou que o Brasil não pode desperdiçar a oportunidade de explorar adequadamente o segmento de fantasy games. “Diversas empresas vem explorando esse mercado de fantasy games, o que comprova um crescimento expressivo do setor em geral. Essa é uma oportunidade que o Brasil não pode deixar passar”, finalizou.
Palestra: A fronteira tecnológica encontra a experiência: lançamento de uma marca de cassino em duas semanas
Oliver de Bono (Quantun Gaming) apresentou as etapas necessárias para lançar uma marca de cassino em um curto espaço de tempo. Ele citou as tecnologias disponíveis e estratégias de marca em um mercado em ascensão, como o Brasil. “Uma boa tecnologia é essencial para o lançamento de uma marca sólida”.
Além disso, Bono explicou o potencial da solução que a Quantun Gaming oferece e como é crucial tomar a frente na elaboração de um desenvolvimento rápido utilizando dados de qualidade e uma tecnologia estável e confiável.
Painel: A Publicidade nas apostas esportivas
Carlos Cardama (Games Magazine Brazil), Diego Fernández (Pipolhub), Deniz Gavazzi (Bandeirantes), Paulo Saad (presidente Grupo Bandeirantes), Guilherme Frioli (UOL) e Ricardo Magri (EBAC) analisaram a relação entre publicidade e casas de apostas.
Paulo Saad apresentou um panorama geral do mercado de apostas, que cresceu exponencialmente nos últimos anos. A estimativa para 2023 é movimentar aproximadamente 12 bilhões de reais.
“Tem dois pontos que são importantes destacar com esse volume de dinheiro: nenhuma parte foi usada para mostrar a opinião pública os benefícios e programas que precisam ser mostrados ao povo brasileiro”.
“A não regulamentação é quase como uma espada sobre nossas cabeças: ela pode prejudicar o setor, diminuir os investimentos e tirar vários operadores do mercado. Eu acho um erro o segmento não destacar esse seu rendimento para a comunicação, para ensinar as pessoas sobre o jogo recreativo”, completou Saad.
Deniz Gavazzi também pontuou que o conteúdo pode ajudar o segmento em relação às vendas e a educação institucional. “É muito importante ver o crescimento de um evento como esse. Devemos levar aos nossos telespectadores, nossos ouvintes o quanto esse segmento gera em empregos, renda e oportunidades”.
“Está todo mundo começando a tomar consciência da importância da regulamentação desse setor. Não podemos ficar cegos e não regulamentar um segmento que pode gerar tanta coisa para o brasileiro, para mídia”, acrescentou Gavazzi.
Diego Fernández deu sua opinião sobre o caminho a ser trilhado pelo segmento brasileiro. “A regulação nesse lugar é fundamental para promover um ambiente mais saudável. Temos que achar meios para alcançar uma regulamentação adequada para nossos operadores”.
Para Guilherme Frioli, a educação é vital para o setor de apostas. “Hoje nós, como grandes players do setor de mídia, temos que ensinar para a população brasileira o que é o jogo. Estamos falando de uma base de 20 milhões de jogadores”.
Ricardo Magri, por sua vez, compartilhou alguns relatos sobre empresas que buscaram oportunidades no território nacional em 2018, mas não entraram no mercado por falta de regulamentação – algo tão aguardado até os dias de hoje. “O mercado não regulamentado se auto regula”, declarou.
Painel: A importância da integridade no Esporte para o setor de Apostas Esportivas: manipulação de resultados, governança das organizações esportivas e combate à corrupção
Luiz Gustavo Zonca (Consultor iGaming), Paula Young (Botafogo), Khalid Ali (IBIA), Tiago Barbosa (Comitê de Defesa do Jogo Limpo do Comitê Olímpico Brasileiro), Matias Mendez (Sportradar) e Roberto Armeli (São Paulo) analisaram as questões de integridade, governança das entidades e o combate às irregularidades no esporte brasileiro.
Roberto Armeli contou que o São Paulo Futebol Clube está promovendo um processo de mudança de cultura. “Quem trabalha no futebol brasileiro, tem que ter a consciência social que o esporte traz. Precisamos tratar a causa do problema”, disse Armeli em relação a manipulação de resultados, colocando a educação como a principal solução para esse problema.
Assim como Armeli, Paula Young adiantou que o Botafogo está trabalhando para assegurar a integridade, inclusive tomando algumas medidas referente a parceria com uma casa de apostas. “Hoje não temos como fugir disso: as casa de apostas estão aí, e fugir seria ‘burrice’. Hoje os patrocínios máster do futebol são com casas de apostas”.
“Olhamos muito essa parte de compliance antes de aceitar uma parceria com uma casa de apostas. Temos uma visão de empresa”, pontuou a representante do clube carioca.
Já Khalid Ali aproveitou para detalhar o trabalho realizado pela IBIA também para proteger a integridade e evitar irregularidades. “Para nós é muito importante que esse mercado conte com uma regulamentação. Nós queremos proteger o consumidor, e consequentemente, conseguimos proteger as casas de apostas também”.
Tiago Barbosa, do Comitê de Defesa do Jogo Limpo do Comitê Olímpico Brasileiro, comentou os escândalos de manipulação no esporte nacional, mas alertando que esse não é um problema apenas do futebol. “A gente precisa instruir essas pessoas [atletas] da forma correta” e a saída estaria em resolver o “problema em sua raíz”.
Conforme Matias Mendez, os casos de manipulação registraram um crescimento significativo de 2022 para até o momento atual de 2023. “O Brasil tem um problema que deve ser rapidamente resolvido. Todos aqui perdemos com isso. O ecossistema da indústria e do esporte, todos tem que se posicionarem para combater isso”.
Entretanto, Mendez atentou que essa não é uma dificuldade exclusiva do Brasil. “Esse é um problema que existe no mundo inteiro. Temos que trabalhar muito, e em conjunto, para combater isso”.
Enquanto Luiz Gustavo Zonca ressaltou que todas as partes interessadas no setor estavam presentes. “Aqui é uma união de todos: regulamentação, clubes, atletas”. Para ele, as casas de apostas podem impor limites para tentar coibir essa mácula ao esporte.
“As casas de apostas também devem ter consciência de que algumas ações podem ser tomadas: como os limites. Uma casa de aposta não pode permitir uma aposta de valor alto em uma liga de baixa audiência e baixo engajamento”, encerrou.
Affiliates vs Operators: Speed Dating
A dinâmica entre afiliados e operadores finalizou o segundo dia de evento. A intenção foi proporcionar o fechamento de negócios atrativos para ambas as partes, além de fortalecer o networking entre afiliados e representantes de casas de apostas.