O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, analisou o impacto da regulamentação das apostas esportivas e cassinos online para o Brasil em entrevista ao programa Canal Livre, da Band. A atração foi exibida no domingo, 17.
A pasta comandada por Haddad publicou uma medida provisória (MP) com as diretrizes para o setor de apostas online. Um projeto de lei baseado na MP foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada, incluindo os jogos de cassinos online.
Agora, a proposta de regulamentação das apostas esportivas está em tramitação no Senado Federal. Haddad defendeu o disciplinamento das empresas e dos apostadores.
“Na verdade, o mundo digital provocou uma mudança tão grande nos hábitos da população que é difícil com a rede mundial de computador impedir alguém de fazer uma aposta. Como você vai impedir alguém de entrar em um site e fazer uma aposta? Nós temos que disciplinar”.
“Se o estado der as costas para esse mundo e fingir que não existe, ele fará um mal para a população. O certo é reconhecer a existência dessa questão e disciplinar o setor para evitar que a pessoa se vicie, para inibir a aposta de quem já está apostando muito. Isso tudo é monitorado no exterior. Você faz um monitoramento das pessoas e muitas vezes, as pessoas são tratadas”, acrescentou o ministro.
Arrecadação a partir da regulamentação das apostas esportivas deve superar projeção do governo
Além disso, Haddad apontou que é necessário encarar a ‘realidade’, ‘disciplinar’ e ‘angariar algum recurso’ para combater os ‘efeitos colaterais’.
“Você consegue criar um sistema de regulamentação para dar um apoio ao cidadão, que pode inclusive não estar apenas se divertindo e pode ter caído em uma armadilha”.
“Depois tem o caso das fraudes, quem é que vai acompanhar e regular isso? Fingir que não existe é agravar o problema. Vamos enfrentar uma realidade impossível de coibir, vamos disciplinar e angariar algum recurso até para combater os efeitos colaterais disso”, complementou.
O ministro da Fazenda também destacou que a arrecadação deve superar as projeções do Governo Federal. “Ano que vem será mais do que imaginava. Imaginávamos de R$ 2 a R$ 6 bilhões, eu achava meio exagerado”.
“No PL que nós mandamos não consta sequer um bilhão de reais porque a Receita Federal é muito conservadora para prever receita no orçamento, como alguém tem que assinar, acho que botamos R$ 700 milhões e respeitamos a autonomia da Receita. Mas, dará muito mais do que esse previsto”, concluiu Haddad.
Confira ao programa Canal Livre completo com Fernando Haddad:
