José Manssur diz que jogo é lazer e diversão, não meio de enriquecer (1)
José Manssur diz que jogo é lazer e diversão, não meio de enriquecer. Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados

O cenário dos jogos de apostas no Brasil vem sendo debatido há um bom tempo, onde personalidades do âmbito político surgiram como porta-vozes importantes para guiar a regulamentação do setor no país, como José Manssur, Assessor Especial do Ministério da Fazenda.

Durante uma reunião da Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados, Manssur falou sobre como devemos encarar esse segmento e a importância de se buscar as melhores normas possíveis.

O político enfatizou ainda a necessidade de consolidar a regularização do mercado de apostas esportivas e reafirmou o compromisso institucional com a promoção do jogo responsável.

Confira na íntegra a notícia sobre José Manssur

José Francisco Manssur, assessor especial do Ministério da Fazenda, participou nesta terça-feira (12/9) de reunião da Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados com foco na nova regulamentação das apostas esportivas no futebol.

O encontro tratou ainda de aspectos que justificam a relevância da regularização do setor, como justiça tributária, combate à manipulação de resultados, ampliação do mercado e esporte como política de educação.

Manssur observou que as apostas esportivas não são um serviço essencial, e portanto é justo arrecadar para investir em áreas prioritárias como saúde, educação, saneamento básico e segurança jurídica.

“Estamos abertos a discutir com o parlamento as eventuais adequações que as próprias empresas operadoras pleiteiam para que o processo fique viável, mas de forma que o governo não perca com a arrecadação”, disse Manssur.

“É uma questão de justiça tributária. Se segmentos da economia como a produção de alimentos, de insumos e de saúde são tributados, não é justo que o segmento das apostas, que movimenta R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões por ano fique isento como esteve nos últimos cinco anos”, ponderou.  

Já a respeito da manipulação de resultados, Manssur esclareceu que o governo editou uma MP, apresentou um PL e organizou um grupo interministerial com participação de instituições da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e outras entidades interessadas em combater e criar regras claras sobre a manipulação.

Para ele, a manipulação de resultados é uma das crises mais graves que o esporte brasileiro já enfrentou, porque tira sua credibilidade.

O assessor também destacou a necessidade de regular o segmento e a importância de conscientizar a sociedade sobre as apostas.

“Queremos transmitir para a sociedade brasileira que jogo não é meio de enriquecer, jogo é um lazer, uma diversão”, afirmou. “Não pense que você vai ganhar dinheiro com aposta. Nossa mensagem institucional ao colocar limites na regulamentação e na publicidade é conscientizar para o jogo responsável”, afirmou.   

Outro assunto mencionado foi a relevância do esporte como ferramenta de educação.

De acordo com Manssur, o esporte é a melhor política de educação e de segurança pública, já que coloca a criança e o jovem na sociabilidade.

“Você forma um atleta olímpico, mas ao mesmo tempo deu sociabilidade, convivência, nos critérios de saúde, de educação, de afastar as crianças das situações de insegurança. Para formar um atleta, você modificou a vida de 400 crianças”, concluiu.