São Paulo contará com nova loteria privatizada

Recentemente, o governo estadual de São Paulo lançou o projeto de concessão ao setor privado da nova Loteria Paulista, que teve seu projeto aprovado na Assembleia Legislativa na metade de 2021. O objetivo é formalizar o edital no dia 25 de fevereiro e promover o leilão até 29 de março. A empresa ganhadora terá a responsabilidade de implementar e operar a loteria.

A expectativa é que esse mercado possa superar os 14 bilhões de reais anuais em até duas décadas. No entanto, o especialista em estudos para Projeto de Manifestação de Interesse (PMI) da GCL Consultoria Econômica, Gustavo Viscardi, acredita que a possibilidade de receita é ainda maior, podendo bater até 23 bilhões de reais por ano em 20 anos.

“Há bastante espaço para aumentar a cultura do brasileiro em apostar e usar mais as loterias. Quando houver esse movimento com várias novas empresas, é como jogar um fermento para o bolo crescer como um todo. Cada fatia será maior que o bolo original, mas esse fermento também tem um limite”, avaliou o economista.

A lista de categorias previstas para a Loteria Paulista inclui: jogos de prognósticos numéricos, prognósticos específicos, prognósticos esportivos, além da loteria passiva (em que o interessado compra o bilhete já numerado), instantânea (raspadinhas) e as apostas de cota fixa.

É importante lembrar que o lançamento das loterias pelos governos estaduais foi permitida depois do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar, em setembro de 2020, que esse segmento não poderia ser de exploração exclusiva da União.

Modelo adotado pelo governo do estado de São Paulo prevê investimentos de R$ 727 milhões

O modelo adotado pela Secretaria Estadual de Orçamento e Gestão do Estado de São Paulo projeta investimentos de 727 milhões de reais para alcançar o patamar de receitas esperado. Mas, Viscardi estima que um plano de investimento mais arrojado de R$ 4 bilhões pode ampliar esse montante. “Estamos falando de uma empresa nova da criação de 97 mil empregos diretos e indiretos apenas no Estado”.

Conforme o especialista, o leilão não deve ser impactado pelo processo eleitoral no segundo semestre deste ano. “As pessoas de todas as vertentes vão entender o potencial de geração de empregos e arrecadação de tributos que serão destinados integralmente para políticas sociais. O cenário político sempre pode tentar intervir, mas nesse caso é muito difícil, porque não há argumento contrário que pare de pé”, finalizou.