Loterias-sao-a-maior-parte-da-renda-no-financiamento-do-esporte-olimpico-nacional

O apoio ao esporte é fundamental em qualquer lugar do mundo, seja direta ou indiretamente, todo país deve incentivar o esporte e dar mais oportunidades a todos que sonham um dia em se tornar atletas. No Brasil, as formas de apoio e financiamento mais rentáveis ao esporte olímpico, são as loterias.

A cada compra de um bilhete de loteria, por exemplo, uma pequena porcentagem é redirecionada ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Dessa forma o esporte olímpico recebe um grande apoio, de forma indireta, de todos os brasileiros que fazem seus jogos em loterias.

A Época Negócios preparou uma notícia que explica de que maneira esses recursos são alocados para o COB e qual o impacto disso no esporte.

Confira abaixo a notícia sobre as Loterias na Íntegra

Você pode não saber, mas toda vez em que compra um bilhete de loteria, manda um pouco de dinheiro para o Comitê Olímpico Brasileiro. É das loterias que vem a maior parte dos recursos que financia o esporte olímpico nacional. Segundo a Lei Federal n° 13.756/18, cerca de 1,7% do resultado da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e da loteria federal vão para o COB. Esses recursos vão diretamente para os cofres do comitê, enviados pela Caixa Econômica Federal. Em 2020, foram R$ 122,251 milhões. Naquele ano, esse valor representava 76,7% dos recursos do COB.

Em fevereiro, no entanto, os repasses das loterias ficaram em risco de suspensão. Isso porque o Ministério Público federal pediu que a Caixa Econômica Federal suspendesse o repasse de recursos da Lei das Loterias ao COB. Segundo o MPF, o repasse tem sido ilegal, já que o COB não possui a Certidão Negativa de Débito da Receita Federal.

Isso acontece por conta de uma dívida de R$ 240 milhões, de vinte anos atrás, quando a Confederação Brasileira de Vela a Motor (CBVM) não conseguiu pagar essa quantia, fechou e deu vida a uma nova entidade, com outro CNPJ. E o COB estava no polo passivo da antiga Confederação. Em junho, entretanto, a poucas semanas das Olimpíadas, o COB fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para regularizar o passivo. O comitê aderiu ao modelo de transação individual, no qual há descontos de até 70% do valor devido e a possibilidade de pagar em 145 meses.

O restante dos recursos do COB se divide entre patrocínios e repasses do Comitê Olímpico Internacional, referentes à transmissão dos jogos. Entre os patrocínios, o total é de R$ 35,147 milhões, 22,05% do total recebido. A maior parte desses valores vem do COI – é o montante referente aos patrocínios globais às Olimpíadas, que vêm de empresas como Coca-Cola, Airbnb, Visa, P&G, Briedgestone Visa, P&G, Briedgestone e Dow. Em 2020, foram R$ 21,295 milhões.

Em 2020, os patrocínios brasileiros vieram de empresas como Estácio de Sá, Ajinomoto e Alpargatas. Vale dizer que, em 2021, o valor vindo de patrocinadoras do time Brasil deve aumentar – afinal, é ano de Olimpíada. Para o próximo ciclo olímpico, já entraram como patrocinadoras do COB empresas como XP Inc, Tim e Prevent Sports.

“Toda a nossa organização é ao longo de quatro anos. Esse valor do repasse do COI vai aumentando ao longo do ciclo olímpico. Nesses quatro anos, foram cerca de R$ 60 milhões”, explica Rogério Sampaio, diretor-geral do COB. Para o ciclo de 2021 a 2024, a previsão é de R$ 100 milhões. Há, ainda, outros patrocinadores que prestam serviços e oferecem produtos ao comitê. No ciclo de 2017 a 2020, foram R$ 26 milhões nessa modalidade. Para o ciclo que se inicia em 2021, o valor já gira em torno de R$ 56 milhões.

Por fim, vêm os recursos repassados pelo COI na Solidariedade Olímpica (SOI). Esses são os valores referentes aos direitos de transmissão dos jogos. Em 2020, foram R$ 1,998 milhão.