O BiS SiGMA Americas deu continuidade à sua vasta programação nesta sexta-feira, 16, em São Paulo. A edição 2023 alcançou pleno destaque na indústria latino-americana, oferecendo ideias de crescimento para todo o segmento de jogos online e apostas esportivas da região, além de excelentes oportunidades de networking.
A exposição reúne as maiores e mais reconhecidas plataformas dos segmentos de apostas esportivas, cassino, eSports, entre outros, proporcionando encontros entre esses provedores e participantes de todo o mundo.
A conferência segue até o sábado, 17. O portal iGaming Brazil está realizando a cobertura de tudo o que está sendo debatido nos auditórios entre especialistas, profissionais do segmento, executivos, políticos e personalidades do setor.
A seguir, acompanhe os principais temas abordados nos primeiros quatro painéis desta sexta:
Painel: Pilares do jogo responsável no Brasil
Luiz Gustavo Zonca (consultor iGaming), Fernando Saffores (Gaming News), André Gelfi (IBJR) e Ricardo Magri (EBAC) participaram do primeiro seminário deste segundo dia de BiS SiGMA Americas.
Fernando Saffores abriu a conversa, destacando como a comunicação pode ajudar a promover o jogo responsável e criar um mercado íntegro. “A comunicação também é um dos pontos importantes para o setor. É necessária uma comunicação clara e transparente”, complementando que a mídia deve colaborar para difundir informações corretas sobre o setor no Brasil, LATAM e em todo o mundo.
Já André Gelfi, do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, salientou que a “forma mais efetiva da gente permear as políticas de jogo responsável é através da regulamentação. Nós como stakeholders e peças fundamentais do setor, temos que zelar para conservar o mercado”.
“O instituto [IBJR] entende que o jogo responsável tem diversas maneiras de tratar para que o ambiente [dos jogos] seja responsável. Temos que tomar as devidas precauções para a publicidade de apostas não chegue ao público errado”, continuou Gelfi.
Para Ricardo Magri, as empresas conscientes deveriam impor o jogo responsável como prioridade. Afinal, é essencial que casas de aposta sigam critérios básicos para promover um ambiente seguro e que preserve a integridade dos apostadores.
“O principal é o relacionamento com o ambiente inteiro. Tem que explicar quais são os ambientes corretos para que o setor funcione”, ponderou Magri.
Segundo Luiz Gustavo Zonca, o setor precisa tomar cuidado com a mídia. “Hoje temos o campo rodeado por casas de apostas. A imprensa está começando a entender o que é esse setor. A educação de um setor que não está acostumado, ajuda a ter uma responsabilidade maior com o fluxo de informações sobre as apostas”, concluiu.
Painel: Como o compliance contribui para a inovação nos jogos?
A mesa-redonda focada em compliance para inovação na indústria de iGaming foi composta por Luiz Felipe Maia (Maia Yoshiyasu Advogados), Camila Caresi (Pay4Fun), Tony Petrov (Sumsub) e Pedro Feitosa.
Luiz Felipe Maia deu início ao debate discorrendo sobre o que é, em base, o compliance como um conjunto de boas práticas e regras e como ele é capaz de auxiliar o setor nas questões de inovação.
De acordo com Camila Caresi, “compliance não é um viés de burocracia e sim um viés de controle”. Ela frisou que o compliance tem muito a agregar independente da regulamentação, mas com uma regulação adequada poderia fortalecer a segurança e gerenciamento do mercado brasileiro.
“O primeiro passo é conhecer efetivamente o setor para aplicar todas as boas práticas de uma forma correta”, disse Camila.
Pedro Feitosa, por sua vez, comentou que o compliance proporcionará “um norte para empresas e mercado, mas também vai auxiliar o usuário final. Ele serve justamente para trazer segurança jurídica, normas ética e regras fundamentais. O compliance tem muito a contribuir para todo o mercado e empresas em geral”.
Regulação e segurança
Tony Petrov ressaltou que a situação está mudando, já que alguns países estão se movimentando para regular a indústria de jogos. Ele também enumerou as diferenças entre os órgãos reguladores do mundo todo e como podem auxiliar na aplicação de boas práticas. “Não vejo problemas aqui, tudo está na mesa e nós temos que começar a usar”.
Feitosa declarou que o brasileiro é muito voltado para a agilidade, tendo pontos positivos e negativos nesse contexto. “É necessário uma reeducação dos apostadores”, acrescentando que o usuário final precisa entender os motivos por trás de cada passo de compliance. E a falta desse tipo de iniciativa pode facilitar a manipulação de resultados.
Petrov ainda mencionou a importância das plataformas investirem em mecanismos para confirmar a identidade de seus jogadores. “É importante que as plataformas de apostas tenham usuários verificados. Não somente pelo compliance ou segurança, mas também porque eles têm relações com afiliados”, finalizou.
Palestra: Conectando a cultura – o caminho correto
Clinton Sparks, da XSET, ministrou uma palestra sobre estratégias para construir uma audiência de qualidade e conectar o produto. “É necessário pensar ‘fora da caixa’ para fazer a diferença”.
Ele explicou como entender a cultura da sua audiência para assim atingir o objetivo da empresa. “Tudo começa entendendo a cultura da sua audiência. Você precisa ter isso em mente quando estiver construindo a sua audiência”, completou.
Conforme Sparks, o ideal é abordar como o usuário final se sente, tornar o processo natural como um “convite” ao produto da empresa.
Painel: O comportamento do jogador e a análise de dados para gerar mais resultados para os operadores
O painel envolvendo Natália Nogues (Ctrl+F5), Eliane Nunes (Salsa), Rafael Plastina (Sporttrack), Rodrigo Cambiaghi (Sportradar) e Thomas Carvalhaes (VaideBob) encerrou a primeira etapa de atividades desta sexta.
Natália Nogues foi a responsável por iniciar o debate. Ela afirmou que dados são essenciais para a formulação de estratégias de qualidade e para a aproximação dos operadores com os usuários finais e aquisições de novos clientes.
Thomas Carvalhaes aproveitou para explanar como dados podem ser explorados no aspecto comercial. “Dados em si são importantíssimos, mas não são a única coisa importante na formulação de uma estratégia de marketing e comercial. Existem diversas partes a serem consideradas quando pensamos em análise de dados: como considerar a cultura do público, dados demográficos, etc”.
Sobre campanhas de comunicação e patrocínio, Rafael Plastina disse: “usar o esporte como plataforma de comunicação não é um novidade. Hoje um patrocinador tem resultado”.
Para Eliane Nunes, o fluxo de dados funciona entre as tecnologias de produto e operadores. “Mais importante do que ter o dado é enxergar esse dado e entender como ele pode trazer resultados. Temos uma cultura de imediatismo, algo mais rápido, e de estar no controle”.
Carvalhaes abordou como os dados podem ser empregados para retenção de clientes. “A retenção de clientes é importantíssima para fazer sentido para a casa de apostas, eu preciso conseguir reter o jogador”, destacando que se deve usar os principais dados para elaborar uma estratégia de retenção, usando ferramentas de CRM e até Gamificação.
Cambiaghi contou um pouco sobre o trabalho realizado pela Sportradar. “Todo o trabalho da Sportradar é sobre o produto. É necessário pensar em campanhas e estratégias de retenção, a longo prazo”.
Dados e os indicadores do público brasileiro
Eliane deu a sua visão dos agregadores com relação aos dados e indicadores do público brasileiro. “Com a pandemia, o iGaming decolou. É necessário trabalhar a integração do meio online com essa tecnologia da rua, das maquininhas”. E acrescentou: “o mantra da localização passa pelo atendimento ao cliente”.
Por fim, Carvalhaes disparou: “Independente de regulamentação ou não, o Brasil está crescendo. O mercado está se impondo e é preciso entender esse cenário”.