Enfim, a indústria de apostas esportivas e iGaming pode voltar a se encontrar presencialmente em um local apropriado no Brasil. Realizada na cidade de São Paulo, a primeira edição do Brazilian iGaming Summit (BIS) – The iGaming Intelligence Made in Brazil começou na manhã desta quarta-feira, 1º de dezembro.
O único e mais relevante evento do mercado brasileiro está ocorrendo no Espaço Boulevard JK, Edifício International Plaza, recebendo empresas de enorme prestigio de todo o planeta. O objetivo do BiS 2021 é proporcionar essa reunião de players consolidados no exterior, novas lideranças da indústria e figuras influentes no contexto político.
Em declaração oficial nessa primeira manhã de evento, a organização agradeceu a presença de todos os participantes e confirmou a segunda edição para junho do próximo ano. Mas, vale lembrar que a agenda oficial do BiS 2021 segue nesta quinta-feira, 2.
Confira a seguir os principais pontos abordados nos primeiros painéis e palestras promovidos nesse dia de abertura do BiS 2021.
Programação matutina da quarta-feira, 1º de dezembro
Abertura do BiS 2021
Alessandro Valente (Super Afiliados) abriu oficialmente o evento com um agradecimento a todas as personalidades presentes, patrocinadores, marcas e parceiros de mídia. Além disso, Valente enfatizou a participação de Flávio Figueiredo, CEO do portal iGaming Brazil, como um dos principais idealizadores do BiS 2021.
Palestra: o Impacto Positivo do Setor de Jogos na Economia Brasileira
Gustavo José de Guimarães e Souza (Secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia) foi o responsável por apresentar a primeira palestra do BiS 2021 e focou nos aspectos positivos que o mercado de jogos pode proporcionar a economia nacional. “O Brasil tem muito espaço para crescimento, mas existem diversos pontos a serem melhorados”, pontuou.
O secretário citou uma ‘janela de oportunidade’ para todo o Brasil: “Hoje em dia, temos uma grande janela de oportunidade se considerarmos os seguintes pontos: Uma retomada econômica após a pandemia com criação de receita e novas vertentes; incentivo na melhoria fiscal e destinações sociais; adequação de tributações das Apostas de Quota Fixa (AQF); ano de Copa do Mundo; discussão do Congresso Nacional sobre o novo marco regulatório e o prazo legal para AQF de 2022″.
Ele ainda frisou que “os impactos positivos das loterias federais são fundamentais: os repasses sociais, por exemplo, ultrapassam cerca de R$ 4,64 bilhões”. E, complementou: “Os jogos de habilidade também se mostram importantes para o cenário de apostas brasileiro, gerando um impacto positivo com uma receita de R$ 2,3 bilhões em 2021, segundo a Newzoo”.
Além disso, o secretário afirmou que alavancar o turismo de entretenimento é uma alternativa viável e “pode garantir um forte impacto econômico positivo para o setor”, mas alertou: “Para esse setor crescer no Brasil, precisaremos de um estrutura de regulador robusta, com recursos e extremamente competente”.
Painel: Embaixadores – Papéis e Responsabilidades
O segundo seminário do dia contou com as participações do ex-jogador de basquete, Oscar Schmidt e do comediante e youtuber Rafinha Bastos. Um dos principais nomes da história do esporte brasileiro, Oscar pontuou que a “preparação é o principal quando falamos de jogos e apostas”.
Em relação a importância dos embaixadores para marcas do segmento de iGaming e apostas esportivas, Rafinha Bastos salientou: “Uma das principais características do embaixador é demonstrar como as oportunidades estão aí para quem está preparado”.
Palestra: A inteligência brasileira para ter sucesso nos negócios
Na sequência da conferência, Leonardo Baptista e Fabrício Murakami, ambos da Pay4Fun, apresentaram um interessante debate sobre os mecanismos necessários para potencializar as marcas e se consolidarem no mercado nacional.
Leonardo Baptista ressaltou a relevância de conhecer as particularidades do cliente local para ter sucesso no Brasil. “É essencial conhecer o seu cliente, conhecer o cliente brasileiro, criar um produto especializado e de valor voltado para esse cliente”, acrescentando: “vale lembrar que o Brasil não se resume a Samba e Futebol. É necessário que os operadores estabeleçam novos caminhos e objetivos dentro do mercado brasileiro”.
Fabrício Murakami citou aspectos fundamentais para se tornar referência no mercado. “A atenção ao público e ao cliente, assim como um produto adequado, é essencial para quando a regulamentação estiver finalizada e rodando de forma totalmente legal”.
Murakami reforçou que o atendimento ao cliente tem peso diferenciado nesse mercado. “Um de nossos lemas é ‘pegar o cliente pela mão’, já que acreditamos que o atendimento ao cliente é o principal quando falamos em um produto de qualidade”.
Ainda de acordo com Murakami, a realização de encontros da abrangência do Brazilian iGaming Summit também contribuem significativamente para o fortalecimento dessa nova indústria. “Eventos como o BiS 2021, são muito importantes para estabelecer parceiros, fazer networking e entender o valor da conexão dentro do mercado do iGaming”, concluiu.
Palestra: O impacto dos cassinos em resorts no mundo e a perspectiva para o Brasil
Na sequência, Alex W. Pariente (vice-presidente Sênior, Hotéis Cassinos Hard Rock), Gustavo José de Guimarães e Souza (Secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia) e Paulo Saad (Vice-Presidente de Canais Pagos do Grupo Bandeirantes de Comunicação) discorreram sobre as oportunidades de negócios relacionadas aos cassinos integrados e como esse segmento pode ser explorado no território nacional.
Alex W. Pariente descreveu como a indústria de cassinos foi afetada pelas restrições sociais impostas em função da pandemia. “A pandemia afetou cassinos em todo mundo, diminuindo receitas, estabelecendo barreiras e até mesmo interrompendo momentos importantes de regulamentação em algumas regiões”.
Ele acrescentou: “A indústria de entretenimento nos EUA, teve uma grande retomada e é uma das regiões que promete ter uma das maiores rentabilidades da década, como mostra Las Vegas, registrando bilhões nos últimos meses”.
Em relação as possibilidades para o Brasil, Pariente frisou que “hoje em dia, temos no Brasil diversas tecnologias e elementos que atraem operadores e clientes de todas as partes do mundo”.
Conforme Paulo Saad, o objetivo é conseguir uma regulamentação completa para gerar novas oportunidades no país. “Continuamos lutando para que a regulamentação seja completa. Atualmente, existem muitos cassinos ilegais, apostas e jogos que não contam com uma fiscalização adequada, arrecadação de impostos e até mesmo, sem proteção aos clientes e apostadores. A liberação de cassinos e apostas iria gerar empregos, renda e novas oportunidades ao mercado brasileiro”.
O secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia, Gustavo José de Guimarães e Souza falou sobre as perspectivas de regulamentação. “Em termos gerais, achamos importante ter as regras do jogo e cassinos bem claras, e com tempo, ajusta-las ao nosso mercado”.
De acordo com o secretário, a indústria de jogos e apostas pode fazer toda a diferença para o desenvolvimento do país nos próximos anos. “O Brasil tem um grande espaço para crescimento, principalmente quando consideramos outros segmentos como: eSports, poker e outros jogos de habilidade. Essa é uma indústria enorme que poder ser um dos principais fatores para mover o Brasil nos próximos anos”.
Painel: Regulamentação das Loterias no Brasil: Expectativas e Perspectivas
Com a moderação de Roberto Brasil Fernandes (Brasil Fernandes Advogados), a conversa sobre a regulamentação dos serviços lotéricos no país incluiu Marcello M. Corrêa (Loterj), Antônio de Jesus Leitão Nunes (Maranhão Parcerias) e Valter Delfraro (GLI).
Abrindo o painel, Antônio de Jesus Leitão Nunes focou na loteria estadual do Maranhão, detalhando os planos e todo o potencial a ser explorado. “A expectativa é de que de tenha um repasse social das loterias de 30 milhões de reais nos próximos anos para o Maranhão, mas o número pode chegar até R$ 60 milhões”.
Já Marcello M. Corrêa abordou as competências envolvendo loterias e apostas. “A competência material de loterias e apostas ainda é algo em construção e que deve ser discutida detalhadamente”, acrescentando: “recentemente foi lançado um edital que inclui as apostas esportivas, jogos eletrônicos e outros jogos de apostas, explicando quando as certificações se fazem necessárias.”
Para Corrêa, a ausência de certificação nos dias de hoje se torna um perigo para todas as partes envolvidas nesse segmento. “A falta de certificação atualmente é um risco tanto para o estado quanto para os clientes. É necessário abrir espaço para a iniciativa privada florescer e crescer no cenário brasileiro”.
Valter Delfraro também destacou a importância de uma certificação adequada. “A certificação se faz necessária quando temos um mercado grande como o Brasil. É necessário que tenhamos um regulador completo, que tenha critérios, fiscalização e um processo limpo para obtenção da certificação, respeitando o jogo justo, responsável e a prevenção da lavagem de dinheiro”.
Delfraro detalhou o trabalho do Gaming Laboratories International (GLI). “A GLI está focada em ajudar na elaboração de leis e projetos voltados para o mercado das apostas. É essencial oferecermos nossa produção, tecnologia e pesquisa para que o produto mais refinado e seguro chegue ao consumidor final. Com nossa experiência, temos certeza que conseguiremos apoiar os operadores, jogos de apostas e criar um ambiente responsável e seguro ao cliente”.
Todavia, o representante do GLI fez questão de mencionar que as normas devem ser compatíveis com o mercado e as demandas regionais. “Cada regulamentação deve ser feita de acordo com o mercado e suas necessidades locais”, finalizou.
Painel: Visão Empresarial das Apostas Esportivas e Loterias no Brasil
No encerramento da primeira manhã de BiS, o moderador Roberto Brasil Fernandes recebeu Alexandre Tauszig (SkilRock Tecnologies) e Sergio Alvarenga (Intralot Brasil) para oferecer uma visão diferenciada e corporativa sobre os segmentos de apostas e loterias.
Alexandre Tauszig exaltou o potencial brasileiro no mercado da América Latina. “O Brasil hoje é o grande player da América Latina. Queremos trazer a nossa experiência em trabalhar em mercados tão grandes como esse”.
Ele continuou: “As loterias que estão pretendendo entrar no Brasil, devem estar atentas as credenciais da WLA, CIBELAE e outras certificações. É importante que os grandes players entendam e valorizem a flexibilidade dos mercados emergentes para terem sucesso em seus negócios”.
Sergio Alvarenga, por sua vez, assegurou que a Intralot já conta com profundo conhecimento do cenário brasileiro. “Ao longo desse período de discussão sobre a regulamentação, a Intralot já adquiriu vasta experiência no mercado brasileiro, além das certificações e credenciais importantes para cada operador”.
Alvarenga aconselhou que os operadores observem todas as possibilidades de negócios nos estados. “Os operadores devem estar atentos às oportunidades nos estados, seja nas apostas esportivas ou em jogos de apostas em geral. Esse é o momento após a insegurança que vivemos devido a pandemia”, continuando “Intralot está totalmente focada em direcionar seus investimentos de loterias no estados e na União”.
O executivo da SkilRock Tecnologies também salientou que esse é um período bastante oportuno para os players que estão interessados em ingressar no mercado brasileiro. “Vivemos um momento único no Brasil, é ideal que todas as empresas procurem parcerias e nomes competentes para a evolução desse cenário no Brasil”.
Tauszig concluiu: “A concorrência é boa para qualquer tipo de negócio. Isso é o que garante a evolução de um produto competente e rentável para o operador e para o cliente final”.
