O empresário John Textor, dono do Botafogo, trouxe à tona uma polêmica discussão durante seu depoimento à CPI das Apostas Esportivas no Senado, que investiga supostas manipulações de resultados no futebol.
Textor afirmou categoricamente que a manipulação de resultados não é uma questão exclusiva do Brasil, citando exemplos na Bélgica, França e em toda a Europa.
O caso mais emblemático levantado por Textor foi o jogo entre São Paulo e Palmeiras, ocorrido em 2023, no qual ele apontou “oito deficiências de padrão”. Lembrando que os dois clubes paulistas afirmaram que processarão o empresário.
Denúncias de John Textor atingem o Campeonato Brasileiro
Conforme o empresário, isso indicaria claramente a manipulação do resultado. John Textor apresentou um relatório de 180 páginas, acompanhado de imagens, como prova dessas irregularidades.
Então, o presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, afirmou que os indícios apresentados por Textor serão investigados minuciosamente. Ele ressaltou a importância de não fazer acusações sem provas concretas, mas admitiu que há elementos suficientes para justificar uma investigação profunda.
John Textor foi convocado a depor no Senado como testemunha após suas denúncias de manipulação no futebol brasileiro nos anos de 2022 e 2023. Ele destacou que os erros de aplicação das regras do futebol não seriam meras falhas de interpretação, mas sim erros intencionais para influenciar o resultado das partidas.
Por isso, em novembro de 2023, o dono da SAF do Botafogo, fez uma declaração bombástica. De acordo com Textor, o clube carioca foi “roubado” em uma partida contra o Palmeiras, que terminou em 4 a 3 para o time paulista.
Ele não poupou críticas e pediu a renúncia de Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Isso precisa mudar. Ednaldo, você precisa renunciar pelo bem do jogo. Isso precisa acabar. Isso é roubo, me multa. Você não pode me expulsar, é meu estádio, eu vou continuar aqui.”
As críticas de John Textor não foram bem recebidas por Rodrigues, que decidiu processá-lo. No entanto, o dono do Fogão não se intimidou e continuou a denunciar o que acredita ser uma corrupção generalizada no Campeonato Brasileiro.
Ele chegou a apresentar uma análise dos jogos do Brasileirão para se defender das acusações do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Denúncias em 2024 se estendem à CBF
Em março de 2024, Textor voltou a acusar a CBF de corrupção. Ele afirmou ter gravações de juízes reclamando de não ter recebido propinas combinadas.
O STJD, por sua vez, abriu um inquérito para investigar as alegações de John Textor e deu a ele três dias para apresentar as provas de corrupção. A defesa de Textor, no entanto, afirmou que só apresentaria as provas ao Ministério Público Federal.
Além disso, o dono do Botafogo fez um apelo aos senadores para que reduzissem o poder da CBF. Ele criticou a entidade e pediu a privatização da operação da liga.
“Existe uma caixa preta em relação à escolha dos árbitros. Vocês deveriam limitar o poder da CBF. Deveriam privatizar a operação da liga. Existe uma força muito grande por trás da organização do campeonato.
Acabei me tornando uma pessoa polarizada. O Brasil exporta os melhores jogadores do mundo. Mas eu acredito que esse jogo tem que ser jogado aqui. Então, está na hora de limpá-lo.”
Entrega de material para CPI das apostas esportivas
Portanto, o dono do Botafogo reafirmou suas denúncias, mas condicionou a entrega do documento a uma reunião secreta — o que ocorreu no início da noite desta segunda-feira (22).
Conforme Kajuru, Textor falou de partidas do Botafogo e de vários outros jogos, mostrando imagens e documentos. O presidente da comissão disse que os integrantes da CPI vão analisar os relatórios e as informações que foram entregues.
“Tivemos acesso a diversos indícios. Não queremos falar ainda em provas, mas há indícios importantíssimos”, ressaltou Kajuru, que agradeceu aos integrantes da CPI e convocou uma nova reunião para quarta-feira (24), às 14h.