Codere lança plano de reestruturação com credores e tem queda na bolsa

A operadora Codere anunciou um acordo com um grupo de investidores, que colocará até 225 milhões de euros para finalizar a atual sociedade e repassar os ativos para uma nova. O intuito é assegurar a viabilidade da organização.

Todavia, as ações caíram 12% depois da divulgação desta informação. Conforme o planejamento da empresa espanhola, cerca de 30 milhões serão aportados imediatamente e outros 70 milhões até o final de maio.

Posteriormente, os 125 milhões restantes serão repassados no fim do processo de reestruturação. Todavia, esses credores também aceitaram capitalizar mais de 350 milhões de dívidas. 

“Isto representa uma redução significativa dos atuais níveis de endividamento, com um passivo do grupo operacional que rondaria os 700 milhões de euros, equivalente a cerca de três vezes o EBITDA esperado após a superação da pandemia, um nível de dívida considerado sustentável”, consta em comunicado da empresa.

A Codere também admitiu uma extensão de ao menos três anos dos atuais vencimentos, que passarão integralmente para setembro de 2026 e novembro de 2027. Depois de finalizar essa reestruturação, uma nova organização será estabelecida para unificar as operações e, em seguida, requerer a liquidação da Codere SA.

Codere convoca Assembleia Extraordinária de Acionistas para discutir plano

A Codere garantiu que já convocou uma Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas para debater viabilidade deste plano, embora “já conte com o apoio majoritário dos acionistas”.

“Com a implementação desta reestruturação, que se prevê estar concluída no início do quarto trimestre do ano, a Codere espera garantir o futuro da empresa, graças à confiança dos seus parceiros nas perspectivas do grupo, na equipe de gestão e nos dez mil funcionários que compõem a organização”, acrescentou a operadora.

No ano passado, a empresa passou por uma redução do seu rendimento de 57% em comparação com o ano anterior, contabilizando 594,6 milhões de euros. “As quedas mais significativas ocorreram na Argentina (246,5 milhões de euros, sendo o único mercado totalmente fechado entre os meses de março e dezembro), México (209,9 milhões de euros) e Itália (188,6 milhões de euros)”.

O EBITDA ajustado foi de 22,5 milhões de euros, ou seja, 92,9% abaixo da quantia obtida em 2019. Além disso, a organização teve um prejuízo de 236,6 milhões de euros, muito acima dos 61 milhões de euros do ano anterior. ”Resultados foram também afetados, em menor grau, pela desvalorização de nossas moedas operacionais em relação ao dólar”, consta em nota oficial.