Ressorts integrados com cassinos podem impulsionar várias áreas da economia brasileira
Foto: Divulgação / Senado Notícias

Neste ano, o Brasil chega a marca de 75 anos sem contar com um cassino em operação. A decisão foi tomada pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra visando a ‘preservação dos bons costumes’. Em 1986, quatro décadas após a proibição, o governador paulista João Doria (PSDB), presidente da Embratur no período, apoiou o retorno dos cassinos no país.

Na época, os opositores alegaram o perigo de aumento do crime organizado. Com o passar do tempo, se torna cada vez mais evidente o quanto a medida foi inadequada. Afinal, o Brasil possuía e possui questões mais graves a complicar as relações sociais e o crime segue crescendo.

Conforme o site Poder360, Cuba e nações com governos baseados no fundamentalismo religioso estão no grupo, além do Brasil, que impede o funcionamento de cassinos. Os países mais ricos não apenas autorizam como cobram impostos e investimentos, revertidos para toda a sociedade e não somente para os adeptos dessa atividade.

A partir do investimento de bilhões de dólares, Macau e Cingapura contam com resorts integrados com cassinos que atraem milhões de visitantes anualmente. O Japão, por sua vez, já anunciou a aprovação. Esse sistema de integração de cassinos e resorts, também é apoiado pelo Governo de São Paulo.

Cassinos integrados podem alavancar indústria do turismo no Brasil

Nos EUA, cassinos estão em várias regiões. O estado de Nevada, onde se localiza Las Vegas, é o mais conhecido e somente 25% da receita é oriunda do jogo. A maioria do faturamento está vinculada a outras áreas, como eventos, seminários, shows, hospedagem, comércio, restaurantes, entre outros.

Na América do Sul, 50% dos visitantes que buscam o Uruguai para jogar são brasileiros. A nação vizinha registra cerca de 3,2 milhões de turistas, já o Brasil estagnou com seis milhões de visitantes internacionais. Mas, essa situação pode ser alterada.

Está em avaliação no Congresso Nacional a autorização para implantação de resorts integrados com cassinos no território nacional, como no Projeto de Lei 4.495/2020, do senador Irajá Abreu (PSD-TO). O texto liga o funcionamento a um investimento muito superior que o realizado nos salões de jogos. Contempla centros de eventos, teatros, hotéis de luxo, parques temáticos, spas. etc.

Tudo isso serve para alavancar o setor de turismo. Os resorts integrados com cassinos precisam ser encarados como empreendimentos que atualmente não existem no Brasil, viabilizados por capital que circula no planeta, ávido por lugares onde possa ser aplicado com segurança. Portanto, o jogo é parte disso, só que não todo o negócio.

Liberação de resorts integrados pode impulsionar outras áreas da economia

Debater variações, como quantos empreendimentos seriam permitidos, a distância mínima entre eles, o percentual de área construída, o investimento mínimo, a forma de seleção é interessante.

Desde que não se fuja do intuito: conseguir investimento, abrir milhões de novas vagas de trabalho, gerar impostos e desenvolvimento social, além de conseguir novos visitantes internacionais, reduzindo a evasão de dividas.

No entanto, é essencial avaliar esse tema com clareza. Atualmente, há a chance de analisar e aprovar uma medida que, mantida na sua essência, colaborará para a atração de investimento e construção de cassinos integrados a resorts.

Independente da questão política, existe um razoável alinhamento sobre a relevância da aprovação para o crescimento de regiões a partir do segmento do turismo e outros ramos, como a indústria de entretenimento, cultura e economia criativa.