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Créditos: Gilvan de Souza / CRF

Em um cenário onde as casas de apostas impulsionam os investimentos no futebol brasileiro, o Flamengo continua a liderar com folga, demonstrando uma incrível capacidade de atrair patrocinadores.

Mesmo sem conquistar títulos em 2023, o clube alcançou uma receita surpreendente, ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão. Esse sucesso só aumentou desde então, com o recente acordo firmado com o Zé Delivery para estampar sua camisa.

Assim, elevando o valor dos patrocínios para aproximadamente R$ 240 milhões, consolidando ainda mais sua posição como o clube mais bem remunerado nesse quesito.

Esse movimento de valorização tem sido observado ano após ano, culminando em 2024 com cifras nunca vistas. Atualmente, a Pixbet é a patrocinadora máster do clube carioca, após dois anos estampada no omoplata do uniforme rubro-negro.

Em fevereiro deste ano, o Corinthians anunciou um contrato recorde de aproximadamente R$ 120 milhões anuais com a VaideBet, estabelecendo um novo patamar no futebol brasileiro apenas para o espaço máster do uniforme.

Além disso, o presidente do clube, Augusto Melo, projetou uma receita total esperada acima dos R$ 200 milhões para o ano.

Foto: reprodução/instagram @corinthians

Enquanto isso, o Palmeiras, que já foi apontado como detentor do uniforme mais valioso das Américas em 2017, estagnou em R$ 81 milhões, o mesmo valor que recebia desde então.

O São Paulo, por sua vez, mantém uma receita de cerca de R$ 50 milhões proveniente do acordo com a Superbet. Além do Tricolor Paulista, a empresa de apostas deve ser anunciada como principal parceira do Fluminense em breve com quantias similares.

Na Série B, o Santos renovou seu contrato com a Blaze neste mês. Há uma previsão de aumento em relação aos R$ 45 milhões recebidos em 2023.

Excecutivos de agências e casas de apostas falam sobre esse impacto no esporte

Para Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport, agência de experiências esportivas parceira oficial da Conmebol, esse aumento exponencial dos contratos de patrocínio está intrinsecamente ligado aos novos acordos firmados com empresas do setor de apostas.

“Atualmente, os clubes das séries A e B estão no centro dessa batalha. Dessa forma buscam atrair investimentos das casas de apostas para maximizar o valor dos patrocínios esportivos. O interesse das casas de apostas também reflete o potencial do mercado esportivo brasileiro”.

Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-fundador da agência Wolff Sports, compartilha uma visão semelhante:

“Um dos grandes responsáveis por esse aumento é o segmento de apostas esportivas. Como a demanda tem sido maior do que a oferta, os números têm se multiplicado, e mesmo assim, muitos contratos têm sido rescindidos com o pagamento da multa”.

Atualmente, 14 dos 20 contratos para a propriedade máster das camisas das equipes da Série A são provenientes de casas de apostas.

A Esportes da Sorte, por exemplo, é responsável pelos maiores patrocínios da história de clubes como Bahia e Athletico-PR. Além disso, a empresa fechou o maior contrato do futebol feminino com o Palmeiras.

Créditos: Staff Images/CBF

Darwin Henrique da Silva Filho, CEO do Esportes da Sorte analisa: “Com nossos investimentos, procuramos, como marca, se aproximar dos torcedores desses clubes. Mas, além disso, contribuir para o fortalecimento de todas as organizações envolvidas com o futebol brasileiro, seja ele masculino, feminino ou até na formação dos atletas”.