Principal conferência global de tecnologia, mídia e conteúdo de esportes, a SPORTEL está acontecendo em Mônaco, na França. A convenção, que se estende até a quinta-feira, 7, é a primeira de alcance internacional e completamente presencial em 2021.
Portanto, o evento está permitindo a reunião do mercado mundial, a apresentação de novas tendências e um poderoso networking entre os principais players e marcas após os desafiadores últimos meses.
Com exposições, painéis com especialistas e debates em altíssimo nível, a SPORTEL está abrindo espaço para sistemas emergentes e inovadores com a intenção de introduzir novos negócios e oportunidades de acordos comerciais.
A iGaming Brazil é a única correspondente do segmento de jogos do Brasil a efetuar a cobertura in loco e trazendo entrevistas exclusivas, notícias especiais e os registros de todos os dias de um dos eventos mais importantes do cenário esportivo mundial.
Acompanhe a seguir os principais pontos desta terça-feira, 5, o primeiro dia da SPORTEL.
Destaques do primeiro dia da SPORTEL Mônaco:
Painel: O sucesso da LFL (Liga Francesa de League of Legends)
A abertura do evento em Mônaco destacou o sucesso da Liga Francesa de League of Legends (LOL), reunindo Bertrand Amar (WEBEDIA) e Guillaume Rambourg (RIOT), além do moderador Kevin Remy (ONE TRICK).
Bertrand Amar lembrou que quando a empresa iniciou a parceria na França realizou investimento de 1 milhão de euros, algo considerado arriscado até então. Mas, o grupo tinha convicção que daria certo ainda que o mercado de eSports fosse bastante recente.
Em relação aos desafios durante a pandemia, ele revelou que foi fácil alterar todos os processos para o meio online, o que permitiu que continuassem com os torneios de LOL neste período crítico. Com a retomada de eventos presenciais, a intenção hoje é promover mais campeonatos offline para engajar cada vez mais a audiência.
Já o responsável pela Liga Francesa, Guillaume Rambourg salientou a importância da parceria com a Webedia, devido à expertise que o grupo possui nesse ramo. Ele lembrou que o jogo está no mercado há 12 anos e existe grande satisfação na comunidade por ter se tornado um jogo competitivo.
“Atualmente, é possível identificar aqueles que estão se destacando nos times para que as organizações se tornem profissionais, porque, claro, muitas pessoas ainda não jogam profissionalmente”, explicou.
Rambourg relatou que o League of Legends possui um grande potencial de crescimento por causa da transmissão geracional ao longo desses anos, ou seja, o apreço pelo jogo está passando de pai para filho.
Painel: eSports e esportes tradicionais – Cultivando o Crossover em 2021 e além
Outro ponto alto do primeiro dia da SPORTEL foi o painel focado na integração entre esportes eletrônicos e esportes tradicionais. Esse debate teve a participação de Alexander Lewin (BLAST), André Flackel (INFRONT SPORTS & MEDIA AG), Richard Jakab (ESL) e a moderação de Kirsty Endfield (SWIPE RIGHT).
André Flackel reconheceu que o processo de investimento nos eSports ainda está em estágio inicial e que esse mercado demanda mais tempo para obter resultado em relação aos negócios envolvendo as modalidades tradicionais.
“É o começo do investimento (em eSports) não dá para querer lucro imediato. É preciso primeiro entender como a comunidade de jogadores funciona. Vender um produto em eSports leva mais tempo que no esporte tradicional, é preciso comparar para ver o que funciona ou não”, pontuou.
Flackel continuou: “As mulheres ainda não estão tão presentes nessa indústria. Precisamos de pessoas que possam transitar entre os dois mundos (eSports e esporte tradicional)”, complementando que o produto deve ter altíssimo nível para chamar a atenção dos entusiastas deste meio: “a comunidade pode ser brutal, você tem que ter um produto de alta qualidade para não ser massacrado”.
Alexander Lewin também reforçou a necessidade de investir em qualidade nos esportes eletrônicos visando oferecer entretenimento ao público. “É preciso considerar eSports como entretenimento e focar em qualidade de produção como existe no esporte tradicional. Precisamos de entrevistas no intervalo dos jogos”.
Além disso, Lewin lembrou que os times de futebol estão cada vez mais atentos ao potencial de expansão e envolvimento dos jogos eletrônicos. “Os clubes de futebol estão cada vez mais envolvidos em eSports, como o PSG por exemplo”, acrescentando que “o investimento em eSports é relativamente barato, é o salário de um jogador de futebol”.
‘Boom’ dos eSports em meio a suspensão das modalidades tradicionais
Richard Jakab, da ESL, apontou um caminho para as organizações que estão aderindo ao ramo de esportes eletrônicos: “É preciso ter mais diversidade nos eSports. Encontrar um grande influenciador que possa promovê-los, é um processo educacional, precisamos guiar a audiência”.
Jakab também citou o ‘boom’ que o mercado de esportes eletrônicos registrou à paralisação dos principais eventos esportivos no período mais crítico da pandemia. “O ano passado foi uma exceção em termos de audiência por causa da pandemia. Não havia nada para assistir e muitas pessoas migraram para os eSports”.
Assim, os eSports se consolidaram como uma febre mundial. Nos últimos anos, o mercado já mostrava grande capacidade de expansão e essa tendência foi impulsionada. A expectativa é que o setor mantenha essa dinâmica de crescimento mesmo com a situação voltando ao normal no mundo.