O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e as Loterias Caixa oficializaram nesta quinta-feira (22), a renovação do contrato de patrocínio ao esporte paralímpico nacional visando o ciclo dos Jogos de Los Angeles 2028.
A cerimônia aconteceu no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, com a assinatura de um acordo no valor de R$ 160 milhões (R$ 40 milhões anuais). Portanto, beneficiará 18 modalidades e mais de 120 atletas de elite.
O evento contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira Fernandes. Além disso, marcaram presença o presidente do CPB, José Antônio Freire, o ministro do Esporte, André Fufuca, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Simultaneamente, presidentes de confederações, atletas, treinadores e dirigentes do Sistema Nacional de Esporte também compareceram. Por fim, a celebração ocorreu na arena multiuso do CT Paralímpico, que, por sua vez, completa nove anos de fundação nesta sexta-feira (23).
José Antônio Freire, presidente do CPB desde janeiro de 2025, destacou: “Estamos diante do maior patrocínio da história do esporte paralímpico brasileiro. Esta parceria histórica representa um compromisso com a transformação de vidas e com o fortalecimento de um projeto esportivo inclusivo, democrático e vencedor. As Loterias Caixa são parte fundamental da construção do Brasil como potência paralímpica mundial”.
Parceria entre CPB, Caixa e Loterias Caixa
A parceria entre a Caixa, as Loterias Caixa e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) já ultrapassa duas décadas, constituindo o patrocínio mais duradouro na história do paradesporto mundial.
A renovação acontece após o Brasil conquistar sua melhor campanha paralímpica em Paris 2024, com 89 medalhas no total: 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, alcançando a inédita 5ª posição no quadro geral.
O acordo anterior, estabelecido em 2023, vigorou até o final de 2024 com valor total de R$ 35 milhões. O novo contrato expande significativamente os recursos para o desenvolvimento do paradesporto no Brasil, ampliando também o número de atletas, modalidades e programas beneficiados.
Modalidades e benefícios ampliados
O patrocínio agora contempla diretamente 18 modalidades paralímpicas. Comparativamente, são cinco a mais que no contrato anterior. No primeiro grupo, destacam-se atletismo, badminton e basquete em cadeira de rodas.
Enquanto isso, bocha, canoagem e paraesgrima também foram incluídas no acordo. Simultaneamente, o suporte abrange futebol de cegos, goalball e judô.
Em seguida, halterofilismo, natação e taekwondo integram a lista de beneficiados. Para completar, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, rúgbi em cadeira de rodas e vôlei sentado também recebem investimentos. Paralelamente, mais de 120 atletas obterão suporte individual, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo CPB.
O investimento também contempla nove competições e três projetos estratégicos da entidade: o Meeting Paralímpico Loterias Caixa, o Circuito Paralímpico Loterias Caixa, os Campeonatos Brasileiros Loterias Caixa de atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo, o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de Jovens (atletismo e natação) e o Desafio Loterias Caixa de atletismo olímpico e paralímpico.
Adicionalmente, serão beneficiados os programas Festival Paralímpico, Atleta Cidadão e Educação Paralímpica, voltados à iniciação esportiva, formação cidadã e disseminação da cultura inclusiva através do esporte.
Evolução histórica do Brasil no cenário paralímpico
Desde novembro de 2003, quando a parceria com o CPB teve início, as Loterias Caixa têm impulsionado o desenvolvimento do esporte paralímpico brasileiro. Os resultados desse apoio logo se refletiram no desempenho internacional da delegação brasileira.
Em Sydney 2000, antes do início do patrocínio, o Brasil encerrou os Jogos Paralímpicos com apenas 22 medalhas (6 ouros, 10 pratas e 6 bronzes), ocupando a 24ª posição no quadro geral.
Já em Atenas 2004, primeira edição paralímpica com o suporte das Loterias Caixa, o país subiu para o 14º lugar, com 33 medalhas (14 ouros, 12 pratas e 7 bronzes). Em Londres 2012, foram 43 pódios (21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes), com o Brasil alcançando a sétima colocação.
No Rio 2016, o desempenho continuou expressivo com 72 medalhas (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes), e o país terminou na oitava posição. Em Tóquio 2020, o Brasil retornou ao sétimo lugar, com 72 pódios (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes).
O novo ciclo também abrangerá os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2027, com expectativa de mais uma campanha vitoriosa. Na última edição, realizada em Santiago 2023, o Brasil sagrou-se campeão continental com 343 medalhas, sendo 156 de ouro.
Centro de Treinamento Paralímpico completa nove anos
Situado no Parque Fontes do Ipiranga, na Rodovia dos Imigrantes, Zona Sul de São Paulo, o Centro de Treinamento Paralímpico é o quarto maior do mundo para atletas com deficiências. Inaugurado às vésperas dos Jogos do Rio 2016, no dia 23 de maio, o complexo possui 95 mil metros quadrados de área construída.
O espaço conta com instalações esportivas internas e externas que atendem treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções em 20 modalidades paralímpicas.
O investimento para a construção, em valores de 2016, quando as obras foram concluídas, totalizou R$ 264,272 milhões. Todavia, desse montante, R$ 149,630 milhões vieram do Governo Federal – através do Plano Brasil Medalhas. Enquanto isso, os outros R$ 114,642 milhões foram aportados pelo Governo do Estado de São Paulo.
Em agosto do ano passado, o CPB e o Governo do Estado de São Paulo firmaram uma importante renovação. Consequentemente, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assinaram a prorrogação do acordo de cooperação. Portanto, a gestão do CT Paralímpico permanecerá sob essa administração por mais 35 anos.