Não é novidade para ninguém que a quantidade de anúncios de casas de apostas aumentou nos últimos anos, sejam elas em espaços físicos ou em canais de TV. Entre os clubes de futebol, por exemplo, 18 das 20 equipes que disputam a Série A do Brasileirão possuem algum tipo de parceria – somente Palmeiras e Cuiabá não tem marcas na camisa.
Fora dos gramados, um levantamento realizado pela Tunad, divulgado em janeiro deste ano, revelou um crescimento de 30% nos anúncios de casas de aposta em TV, em comparação aos primeiros três meses de 2023.
O reflexo deste crescimento se nota, por exemplo, na maioria das competições espalhadas pelo país, como o Campeonato Brasileiro. O torneio é parceiro de seis plataformas.
“Nós do Esportes da Sorte acreditamos em um modelo com exclusividade de segmento para esse tipo de mídia, contudo, devido ao apetite dos operadores brasileiros, essa exclusividade teria custo obsceno. Cabe então adequar-se ao cenário existente”, explica Darwin Filho, CEO do Esportes da Sorte.
As marcas que dividem esse espaço de publicidade devem trabalhar a diferenciação. No caso do Esportes da Sorte, por exemplo, iniciamos essa diferenciação por não utilizar o termo ‘bet’ em sua marca (nem no sufixo, nem no prefixo), aliado a estratégias visuais e de discurso às quais posicionam a marca de maneira estratégica em meio aos demais competidores”.
Exposição é necessária em tempos de regulamentação
Especialistas em gestão esportiva entendem que a enorme quantidade de anúncios de casas de aposta num mesmo espaço se faz necessária em tempos de regulamentação.
“A existência de vários anunciantes de um mesmo segmento em uma propriedade costuma diminuir muito a efetividade do espaço em questão, mas é preciso levar em conta que o mercado foi regulamentado”, disse Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
“Estar presente nas principais propriedades do esporte e marcar posição pode ser chave para os planos futuros quando o mercado tende a se estabilizar”, completou.
Jogo da seleção brasileira contou com exposição de sete casas de apostas
Quem assistiu aos dois amistosos da seleção brasileira no Texas e Orlando nesses últimos dias, contra México e os Estados Unidos, percebeu uma infinidade de patrocinadores brasileiros nas placas de publicidade dos estádios onde os jogos foram realizados.
Entre algumas delas, estavam sete casas de aposta: BETesporte, Bet7k, Betano, Superbet, Betnacional, 1XBet e BateuBet.
A plataforma BETesporte, por exemplo, afirma que para o confronto entre Estados Unidos e Brasil, apostou em um maior número de inserções publicitárias, além de estar presente nos três últimos jogos da seleção.
“Além de aumentar a visibilidade da BETesporte, conseguimos criar uma conexão emocional com a audiência, que associa nossa campanha de ‘esquenta o jogo’ aos resultados positivos que a Seleção Brasileira vem obtendo”, explica Vinicius Nogueira, CEO da empresa.
Já a Bet7k entende que esse tipo de investimento traz retorno positivo à plataforma. “Sabemos que o futebol é a verdadeira paixão popular do brasileiro, assim como o Carnaval, a diversão e o entretenimento, e acreditamos que a exposição em jogos do Brasil geram inúmeras oportunidades”, aponta Talita Lacerda, CEO da Bet7k.
“Nossa estratégia é continuar ativando nossa marca no Brasil e no exterior e, dessa forma, construindo essa relação da marca com grandes eventos”, complementou.
Para especialistas, a exposição em placas de publicidade durante os jogos, ainda mais aqueles que rendem boa audiência televisiva e fotos, memes e prints durante e pós nas redes sociais, ainda são uma alternativa com bom custo-benefício para essas marcas.
“Os institutos de pesquisas comprovam que o investimento em placas de campo traz um grande retorno de reconhecimento de marca, conhecido como awareness”, concluiu Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.