O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) decidiu manter a fiança de R$ 2 milhões estabelecida ao atacante Bruno Henrique, do Flamengo, durante o inquérito que investiga possível manipulação de resultados esportivos envolvendo o jogador. A decisão, revelada pelo portal Leo Dias e confirmada pelo Lance!, foi baseada em documentos oficiais do processo.
A defesa de Bruno Henrique tentou contestar a fiança, alegando que não existiriam requisitos legais que justificassem a medida cautelar.
Apesar da impugnação, o MPDFT entendeu ser necessário cobrar a fiança, usando como argumento o artigo 319, inciso oito, do Código de Processo Penal. O objetivo é garantir a participação de Bruno Henrique nos atos do processo judicial e manter o andamento das investigações.
O parecer do Ministério Público destacou que a rotina profissional do atleta, marcada por frequentes compromissos nacionais e internacionais, pode dificultar o cumprimento das obrigações processuais. Dessa forma, avaliou que há “inegável incerteza” quanto à disponibilidade do jogador para comparecer ao Judiciário, considerando a fiança adequada e proporcional à situação.
O processo segue em andamento e o Flamengo ainda não emitiu comunicado oficial sobre o caso. Bruno Henrique, por enquanto, permanece à disposição do elenco rubro-negro, enquanto sua equipe jurídica analisa os próximos passos na defesa.
Atacante foi indicado pela Polícia Federal
Bruno Henrique passou a ser alvo de investigação em 2024 por suspeita de envolvimento em manipulação de resultados relacionados a cartões amarelos. A Operação Spot-Fixing, conduzida pela Polícia Federal e o Ministério Público, começou após indícios de irregularidades nas partidas.
O caso passou a receber mais atenção depois de um lance específico, ocorrido em 1º de novembro de 2023, na partida entre Flamengo e Santos. Nesse jogo, ele recebeu um cartão amarelo e, em seguida, foi expulso por reclamação insistente à arbitragem.
As autoridades investigam se o atleta forçou a punição, sabendo que conhecidos poderiam realizar apostas voltadas para esse tipo de evento.
De acordo com a Polícia Federal, Bruno Henrique teria favorecido seu irmão, cunhada, prima e mais sete apostadores. Esses aposadores fizeram apostas em casas como Kaizen Gaming, GaleraBet e Betano, lucrando até R$ 5.000 em algumas situações.
As mensagens encontradas no telefone do irmão do jogador mostram conversas em que Bruno Henrique confirma estar “pendurado” e instrui o melhor momento para receber o cartão amarelo, fornecendo elementos para seu indiciamento por estelionato e fraude em evento esportivo.
Em 16 de abril de 2025, a Polícia Federal formalizou o indiciamento criminal de Bruno Henrique. No âmbito esportivo, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) abriu inquérito em novembro de 2024 e recebeu documentos da Polícia Federal em junho de 2025 para avaliação disciplinar.
Posteriormente, em maio, Bruno Henrique prestou depoimento por videoconferência ao tribunal esportivo. Sua defesa apresentou pedidos como o arquivamento do processo e a mudança da tramitação da Justiça Distrital para a Justiça Federal.
Posição do Flamengo sobre o caso Bruno Henrique
O caso aguarda definições do Ministério Público do Distrito Federal, responsável por decidir sobre o oferecimento de denúncia criminal, enquanto o STJD avaliará possíveis punições, como suspensão ou multa no cenário esportivo.
O Flamengo mantém o atleta nas atividades do clube e reafirma a presunção de inocência, enquanto as decisões judiciais e disciplinares podem impactar diretamente o futuro do jogador.