Casas de apostas reagem contra os manipuladores de resultado
Gabi e Bruno Henrique. (Imagem: CRF / Marcelo Cortes)

Em maio do ano passado, após a deflagração de uma operação do Ministério Público de Goiás e da Polícia Federal, desmantelando uma ramificação da “máfia das apostas” que atuava na manipulação de resultados no futebol brasileiro e no exterior, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) firmou um acordo com a International Betting Integrity Association (IBIA) para proteger a integridade das apostas esportivas.

Recentemente, o Ministério da Fazenda anunciou uma série de acordo com entidades de integridade, como a própria IBIA. A pasta se uniu a Genius Sports, IBIA, Sport Integrity Global Alliance e a Sportradar.

Casas de apostas querem a confiança do público

O objetivo do acordo é colaborar no desenvolvimento de atividades que reforcem o monitoramento e coíbam a manipulação de resultados. Afinal, a atividade das apostas esportivas é um convite tentador para o dinheiro fácil.

E não são apenas os clubes que recebem pequenas fortunas em patrocínio das casas de apostas que surfam nesta nova onda. Há outros agentes no entorno que se beneficiam das apostas, como apontam os relatórios da IBIA.

“A confiabilidade nas entidades esportivas e nas casas de apostas online deve estar sempre resguardada, como tesouro que é para essa cadeia que movimenta bilhões, cotidianamente”, escreveu Gilmar Ferreira em artigo no Jornal Extra.

Desde a última terça-feira (5), Bruno Henrique, do Flamengo, ganhou as manchetes devido ao caso investigado. O atacante está sendo acusado de ter recebido um cartão amarelo propositalmente em uma partida do Campeonato Brasileiro, a fim de beneficiar parentes e amigos. 

O episódio ocorreu em 1º de novembro de 2023, durante o jogo entre Flamengo e Santos em Brasília. A vitória foi do time paulista por 2 a 1, mas nos acréscimos do segundo tempo, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo após uma falta. Porém, logo em seguida, o jogador foi expulso por ofender o árbitro, conforme consta na súmula da partida.

Outros jogadores brasileiros passam pela mesma situação

Infelizmente o caso do Bruno Henrique não é um caso isolado envolvendo um jogador brasileiro. A Federação Inglesa investiga Lucas Paquetá, ex-Flamengo e atualmente no West Ham, é acusado de receber cartões amarelos intencionalmente na Premier League para favorecer amigos. Além disso, o atacante Luiz Henrique, do Botafogo, enfrenta investigação na Espanha por suposta manipulação de resultados em apostas.

Empresas contratadas pelas federações rastreiam movimentações suspeitas no Brasil e no exterior. Sendo assim, a investigação envolvendo Bruno Henrique demonstra a eficácia do monitoramento. 

De acordo com um editorial do jornal O GLOBO as próprias empresas de apostas são as mais interessadas no combate de  fraudes, pois elas são as primeiras a sofrer prejuízos.

“As maiores interessadas em detectar e coibir fraudes são as próprias empresas de apostas, as bets, já que são as primeiras a perder. Clubes e federações também devem se empenhar para que a prática criminosa não prospere”, diz a publicação do O Globo.