CPI das Apostas Esportivas conta com deputados ligados a times de futebol
Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados

A CPI das apostas esportivas, que apura casos de manipulações em jogos de futebol, conta com deputados vinculados a pelo menos cinco times. O grupo tem ex-presidentes e até um ex-patrocinador de clubes brasileiros.

O presidente da CPI, Júlio Arcoverde, do PP do Piauí, foi presidente do River Atlético Clube em 2015. Campeão piauiense deste ano, o tricolor está disputando a Série D do Campeonato Brasileiro neste ano.

O deputado Bandeira de Mello, do PSB do Rio de Janeiro, comandou o Flamengo de 2013 a 2018. Outro ex-dirigente de futebol é José Rocha, do União Brasil da Bahia. Foi presidente do Vitória nos anos 1980. O rubro-negro baiano é o atual líder da Série B do Brasileirão.

O segundo vice-presidente da CPI é Daniel Agrobom, do PL de Goiás. A empresa do deputado já patrocinou pelo menos dois clubes do estado: Itumbiara e Bom Jesus, município em que Agrobom já foi prefeito na década passada.

Conforme o site Metropoles, Luciano Bivar (União Brasil de Pernambuco) já atuou como presidente do Sport Recife em seis oportunidades. Atualmente, ele não faz parte da CPI das apostas esportivas, mas possui cinco colegas de partido no colegiado.

CPI das Apostas Esportivas

A CPI das apostas esportivas tem presidência de Júlio Arcoverde (PP-PI) e relatoria de Felipe Carreras (PSB-PE). A discussão sobre o tema se intensificou nos últimos meses, após o Ministério Público do Goiás (MPGO) denunciar 16 pessoas por fraudes nos resultados de 13 partidas de futebol.

Os casos envolveram partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro do ano passado, e dos campeonatos Gaúcho e Paulista de 2023. Na apuração realizada pelo Ministério Público, os clubes e as casas de apostas são considerados vítimas.

Instalada recentemente, a Comissão Parlamentar de Inquérito recebeu os primeiros convidados nesta terça-feira, 30. Um dos participantes foi o presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo. Ele foi responsável por denunciar um caso de fraude no time.

Além disso, o procurador-geral e o promotor de Justiça do Ministério Público do Goiás (MPGO) Cyro Terra Peres e Fernando Cesconetto, respectivamente, também participaram dos trabalhos.