Apostas esportivas especialistas buscam proteger integridade esportiva e evitar fraudes

O crescimento do setor de apostas esportivas no Brasil, que deve render até R$ 15 bilhões apenas neste ano, tende a ampliar a preocupação com a manipulação de resultados no meio esportivo, como destacou uma matéria da VEJA recentemente.

Lembrando que o Governo Federal ainda não finalizou o processo de regulamentação da atividade, o que complica o monitoramento do mercado visando inibir esses crimes no território nacional.

Sendo assim, associações esportivas resolveram firmar parcerias com empresas focadas no combate às fraudes. A Sportradar, por exemplo, já trabalha com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), enquanto a Stats Perform colabora com a Federação Paulista de Futebol (FPF).

Esses grupos trabalham com um sistema de monitoramento global de apostas esportivas, que serve como banco de dados com inúmeras plataformas e que proporciona a identificação de quantidades estranhas de apostas online, que vão contra as expectativas em eventos dos mais diferentes esportes.

Processo de monitoramento de apostas esportivas

Quando um caso levanta suspeita, o analista procura avaliar se o evento conta com lances incomuns, como um gol contra ‘estranho’ ou um rendimento particularmente preocupante de algum esportista. Se a suspeita tiver fundamento, um estudo é realizado e encaminhado para a associação esportiva responsável pela competição.

A partir daí, a entidade começa a sua própria investigação e informa as autoridades policiais, a fim de investigar a situação. De acordo com a VEJA, há duas formas de punição. A punição administrativa, que pode resultar na suspensão de uma equipe ou um esportista, e a penal, quando as pessoas envolvidas no caso podem ser penalizadas criminalmente conforme o Estatuto do Torcedor.

“A gente viu um aumento muito grande desse tipo de caso com o ‘boom’ recente das casas de aposta. O fato de não ter regulamentação, o volume de dinheiro ser muito grande e as apostas serem específicas facilita para o aliciador”, disse o delegado Cesar Saad, titular da Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), em entrevista à Veja.

“Isso só aumenta a nossa necessidade de aperfeiçoar as ferramentas de investigação. Mas, ao menos em São Paulo, temos uma parceria com a FPF que fortalece a prevenção e a transparência”, concluiu.