Exclusivo Jorge Nicola fala de futebol, apostas esportivas e sua carreira

Jorge Nicola entrou para o futebol através do jornalismo, pois não tinha talento para ser jogador, segundo suas próprias palavras. Com 41 anos, desde 2000, com caneta e papel na mão, conheceu 15 países, esteve em duas Copas do Mundo, uma Copa América, um Mundial de Clubes, algumas finais de Libertadores e diversos outros eventos esportivos.

Em 2015, tornou-se comentarista da Espn Brasil e comunicador das rádios Bandeirantes e Bradesco Esportes FM.

Também trabalha no portal Superesportes e faz um enorme sucesso com seu canal exclusivo no YouTube, falando sobre futebol, é claro, clubes, patrocínios, transferências e demais temas relacionados aos mundo futebolístico.

Com 1,18 milhões de inscritos, o “Canal do Nicola” é o ponto de encontro para quem busca informação sobre o universo desse esporte. E a iGaming Brazil traz com exclusividade uma entrevista com o jornalista que citou também sobre as SAFs, evolução do jornalismo, apostas esportivas e outros assuntos.

Confira a entrevista exclusiva abaixo

iGaming Brazil – Por que você resolveu se tornar jornalista esportivo?

Jorge Nicola – Tinha vontade de jogar futebol profissional ou virar surfista, mas não cheguei nem perto de nenhum desses sonhos. Faltou capacidade. Então, a profissão que me deixaria mais próximo do futebol seria a de jornalista esportivo. E foi com esse objetivo que ingressei na Cásper Líbero em 1999.

iGaming Brazil – Você acredita que as gestões dos clubes do Brasil vêm se profissionalizando ou ainda são amadoras, como há anos atrás?

Jorge Nicola – Existem casos e casos. Fortaleza, Ceará, Atlético-GO e Athletico, por exemplo, foram capazes de ter gestões absolutamente profissionais, mesmo sem o apelo popular de outros clubes. Porém, ainda existe muito amadorismo pelo país. Santos, Vasco, Botafogo, São Paulo, Cruzeiro, Fluminense, entre outros, tiveram dirigentes sem qualquer capacidade e se afundaram em dívidas nos últimos anos.

iGaming Brazil – O que você destaca de melhora no futebol brasileiro desde sua entrada no ramo? E o que você notou de piora?

Jorge Nicola – Hoje, os clubes são capazes de faturar muito mais. Na temporada passada, só pra citar um ano específico, tivemos o Flamengo com receitas superiores a R$ 1 bilhão, enquanto o Palmeiras superou os R$ 900 milhões. Isso era impensável no início da década de 2000. Ao mesmo tempo, os clubes se afastaram dos jornalistas, as entrevistas são sempre coletivas, há pouco conteúdo exclusivo relevante…

iGaming Brazil – O que você acha das SAFs no futebol brasileiro?

Jorge Nicola – Acho a solução para o amadorismo que ainda impera por aqui. Mas a simples transformação em sociedade anônima de futebol não é garantia de sucesso. Os clubes precisam ter cuidado com a escolha dos parceiros. Afinal, estão entregando sua história aos investidores.

iGaming Brazil – Como as televisões poderiam melhorar a experiência do torcedor (questões de modernização de transmissões, streaming, etc)?

Jorge Nicola – As televisões vão precisar entender a evolução da internet e da tecnologia. Cada vez menos crianças assistem às TVs convencionais. Meus dois filhos, por exemplo, praticamente não param na frente da televisão. E redes sociais, YouTube, Twitch e outras novidades vão dominando tudo. Imagino que, num futuro não muito distante, os clubes venderão conteúdos exclusivos aos seus torcedores: jogos, melhores momentos, gols, entrevistas…

iGaming Brazil – Como você analisa esse “boom” das casas de apostas no Brasil?

Jorge Nicola – Algo que chegou para ficar. Hoje, 35 dos 40 clubes de Séries A e B são patrocinadas por casas de apostas. E com a regulamentação, que está sendo implementada, a estimativa é de investimentos entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões.

iGaming Brazil – Baseado no futebol europeu, na sua visão, como os clubes poderiam explorar mais esse novo mercado?

Jorge Nicola – Criando, incentivando e investindo na relação cada vez mais próxima com sua torcida, mas sem ignorar qualquer classe social. É preciso criar conteúdo para os ricos, aqueles que não têm muito dinheiro e também para os pobres. Democracia é alma do negócio futebolístico.