Cassinos no Brasil Proposta Volta a Ser Avaliada Após Reunião Ministerial
Foto: Visual Hut

Segmentos associados a legalização do jogo se posicionaram de maneira contrária a fala do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, na reunião ministerial de 22 de abril. Isso porque a volta dos cassinos no Brasil atenderia a interesses de empresários dos EUA e privilegiaria apenas os gigantes da indústria.

O ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antônio, salientou que a retomada da economia do país poderia ser impulsionada com a criação de cassinos em resorts.

“Não é legalização de jogos, não é bingo, não é caça-níquel. São resorts integrados. (…) Nós temos a possibilidade de atrair pelo menos 40 bilhões de dólares para o Brasil só de outorgas, de investimentos imediatos com essa pauta. (…) Uma grande oportunidade para o Brasil atrair grandes complexos dos quais apenas 3% são utilizados para os cassinos”, pontuou.

A proposta foi apoiada pelo chefe da Casa Civil, Walter Braga Neto e o ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto a ministra Damares Alves foi contra inicialmente. Enquanto presidente Jair Bolsonaro não se manifestou nesse momento.

Projeto de liberação apenas dos cassinos no Brasil é contestado

De acordo com o Zero Hora, a intenção do Ministério do Turismo é desvincular o projeto de volta dos cassinos no Brasil de atividades que operam irregularmente até hoje, como bingo e jogo do bicho.

“Por que eu deixarei na contravenção, no lado cinzento da sociedade, o jogo do bicho, que é genuinamente brasileiro? Ou legaliza tudo, ou não legaliza nada. Não posso ter um cassino bonitinho em São Paulo ou na Barra da Tijuca e, na porta, ter um menino fazendo anotação do bicho, na esquina um caça-níquel e no outro lado da rua uma casa de jogo eletrônico. Por que privilegiar o lobby de um grupo americano, o Las Vegas Sands, que só quer se instalar no Brasil se for ele sozinho?”, pontuou o deputado federal Bacelar (Podemos-BA), presidente da Frente Parlamentar Mista pela Aprovação do Marco Regulatório dos Jogos.

Vale salientar que o Las Vegas Sands, citado por Bacelar, é comandado pelo bilionário norte-americano Sheldon Adelson.

O político ainda afirmou que a liberação de jogos como bingos e jogo do bicho poderiam gerar 600 mil empregos e uma arrecadação de R$ 15 bilhões por ano, levando em conta todas as atividades da indústria do jogo.

“O governo faz movimentos dúbios. Bolsonaro já fez negativas públicas, dizendo que no governo dele não se discute cassino. Mas, em janeiro deste ano, o senador Flávio Bolsonaro esteve em Las Vegas e se reuniu com representantes do Las Vegas Sands. O que eles pretendem é legalizar meia dúzia de cassinos, basicamente em São Paulo, Rio e Brasília. Defendemos que toda a demanda do mercado seja legalizada. O Brasil hoje movimenta R$ 20 bilhões por ano em apostas e jogo não regulamentado”, reforçou o presidente do Instituto Jogo Legal, Magno José Santos de Sousa

Cenário no Congresso Federal

Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 442/91, que trata da ampla liberação do jogo no país, está pronto para ser votado desde 2016. Pela proposta, a reabertura dos cassinos no Brasil obedeceria a questão população com a obrigatoriedade de instalação em redes hoteleiras como os resorts integrados.

“Fizemos uma pesquisa no início do ano que mostrou 52% dos deputados federais favoráveis à liberação total do jogo. Estivemos próximos de votar o projeto 442/91 em 2017, mas aí veio esse lobby de autorizar exclusivamente os cassinos, e acabou gerando divisão”, concluiu Bacelar.