Não levou muito tempo para que o universo dos eSports se tornasse um fenômeno de dimensões tão grandes a ponto de fazer com que nem mesmo as mídias tradicionais e costumeiramente mais conservadoras em relação a inovações ignorassem o feito. Além disso, a tendência que se mostra no horizonte também indica que esse pujante crescimento está longe do fim.
Essa indústria está a passos de alcançar cifras bilionárias em suas movimentações, que percorrem desde a compra de ingressos para eventos in loco até a premiação milionária para astros dos jogos, como ocorrido na final do Mundial de Dota 2, em que foram entregues 34,3 milhões de dólares para os participantes do campeonato – desta enorme cifra, 32,7 milhões foram levantados por meio de compras dos fãs do videogame e do cenário competitivo associado ao mesmo.
O segredo por trás de tal engajamento, além de uma base de fãs e consumidores que criaram e criam laços dentro dos jogos que muitas vezes vão além das telas de computadores e afins, é que os eSports tocam um público antes inalcançado pelas formas mais tradicionais de mídia. As novas gerações assistem cada vez menos televisão, passam mais tempo em mídias sociais e raramente consomem qualquer forma de mídia impressa. Não é à toa que esta última se encontra em pleno declínio, com revistas e jornais reduzindo ou encerrando sua circulação física.
Atualmente, mídias desse tipo têm feito certo esforço para se reconectar com esse público, outrora “perdido”. A própria Globo, por meio do portal do seu canal de esportes SporTV e também na própria tevê, tem ampliado cada vez mais a cobertura relativa aos eSports – ainda que a mesma se encontre mais focada no principal jogo do cenário, League of Legends.
Outras indústrias também têm ganhado terreno com a ascensão dessa modalidade. Uma das marcas que mais avança nesse sentido é a Red Bull. A empresa de bebidas energéticas estampa camisas e até o logotipo de alguns dos maiores times de eSports do mundo. Enquanto isso, empresas automotivas patrocinam campeonatos ao passo que companhias do setor de informática aumentam cada vez mais o investimento na linha gamer de seus produtos.
Uma das indústrias que também poderia se beneficiar do sucesso dos eSports é a de iGaming. Pegar carona nas ideias inovativas e na forma como o setor de eSports foi tecendo uma rede de colaboração entre fãs, campeonatos e patrocinadores, conforme mencionado, seria algo que ajudaria o setor de iGaming a crescer ainda mais. É válido observar que patrocínios acontecem e que produtos associados aos jogos de cassino online, na linha de Age of the Gods ou Space Digger, têm potencial de ganhar versões inspiradas em modalidades praticadas nos eSports.
Para além disso, o marketing orientado à divulgação das plataformas que exploram os eSports pode aumentar junto com a expansão desse universo. Nos maiores portais de apostas já se pode encontrar seções que estão aos poucos se difundindo e que são dedicadas a esse setor. Por meio dessa difusão, uma maior conexão com os fãs desse ramo seria feita, o que também poderia gerar maiores ganhos, já que os apreciadores da modalidade teriam a possibilidade de apostar nos jogos que acompanham de maneira fiel semana após semana.
Talvez, o desenvolvimento de novos produtos e de fortes estratégias de marketing pode fazer com que o iGaming se beneficie do sucesso atingido pelos eSports, colaborando para que as empresas do setor continuem a ganhar com as grandes oportunidades que estão aparecendo nesse terreno.