A Federação Boliviana de Futebol (FBF) está investigando cinco jogadores do Real Santa Cruz por suspeitas de manipulação de resultados.
No dia 28 de janeiro, a FBF informou que Ricardo Suárez, Oscar Ribera, Luis Ruono, Samuel Pozo e Brian López, além de dirigentes do clube, devem apresentar um relatório até 10 de fevereiro. Caso contrário, enfrentarão sanções por falta de cooperação.
A investigação foca em três partidas de dezembro de 2024, nas quais o Real Santa Cruz foi derrotado por um placar agregado de 10-3. Essa sequência de derrotas resultou no rebaixamento do clube da primeira divisão do futebol boliviano ao término da temporada, em 22 de dezembro do ano passado.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu os três jogos após detectores de manipulação identificarem anomalias nos mercados de apostas. O Comitê de Ética da entidade declarou que “quando apropriado, sancionará condutas que prejudiquem a reputação e integridade do futebol boliviano”.
Outro escândalo no futebol boliviano
Essas novas alegações adicionam preocupações sobre manipulação de resultados no futebol da Bolívia. Em 2023, a FBF já havia suspendido a temporada de primeira divisão e a Copa de la División Profesional devido a suspeitas de corrupção.
A suspensão foi levantada apenas após um acordo com a Conmebol para intensificar o monitoramento, revelando mais irregularidades.
Problemas financeiros e manipulação de resultados
Em novembro de 2024, a Federação Internacional de Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPRO) divulgou que 13 dos 16 clubes de primeira divisão da Bolívia estavam com salários atrasados, chegando até a marca de 18 meses. Esse relato surgiu semanas antes das alegações contra jogadores do Real Santa Cruz.
O Brasil também enfrenta problemas semelhantes. Felippe Marchetti, da Sportradar, destacou que a instabilidade financeira em clubes cria condições propícias para manipulação de resultados.
Conforme ele, “a instabilidade econômica pode tornar jogadores e dirigentes mais suscetíveis a manipulações por grupos do crime organizado”.
Manipulação de resultados além do futebol
O futebol não é o único esporte afetado na Bolívia. O tênis também sofreu com escândalos, resultando em severas punições. Em maio de 2023, a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) baniu o árbitro boliviano Heriberto Morales Churata por seis anos por corrupção, incluindo manipulação para apostas.
Dois meses depois, Percy Flores, outro árbitro de tênis, foi suspenso por 12 anos pela ITIA por 31 violações do Programa Anticorrupção do Tênis, entre novembro de 2021 e outubro de 2022.
