O Governo da Comunidade de Madrid está aumentando o controle no funcionamento das casas de apostas e jogos de azar, após manifestações populares de revolta contra o excesso de estabelecimentos do ramo próximos a unidades de ensino.

De acordo com informações oficiais, há 362 salas abertas na capital da Espanha. Mas, 64 não contam com licença de jogo. Algumas ainda estão registradas como hotéis, cafés ou comércio simples.

O contexto é incerto, porque existe um projeto de lei ainda não aprovado que estabeleceria a distância mínima destes estabelecimentos a locais de ensino. Conforme a proposta, as casas de apostas deveriam passar dos atuais cem metros para 500 metros de distância.

Caso seja sancionada, essa medida fará com que 40% dos negócios em funcionamento precisem tomar medidas de adequação. A situação está em avaliação, só que as companhias vinculadas ao ramo já se pronunciaram contra a possibilidade de aumento desse espaço de distanciamento. Isso porque, na visão das empresas do segmento, a medida agiria como uma “proibição encoberta”.

Polêmica em Madrid

Além do aumento da fiscalização aos estabelecimentos em Madrid, está proibida a emissão de novas licenças. Em contrapartida, os lugares que não impuseram controle de acesso sancionado pelo Governo Regional para evitar a entrada de menores ou inscritos em listas de autoexclusão poderão tomar multas de até 9 mil euros.

A questão envolvendo as casas de apostas em Madrid iniciou no começo de 2019, quando a população foi as ruas exigir normas mais severas. Alguns manifestantes chegaram a revelar casos de adolescentes que roubavam dinheiro em residência para poder jogar.

Uma das queixas que mais chamou a atenção foi a do motorista da Empresa Municipal de Transporte (EMT), Alvaro Mateos nas redes sociais. “A Câmara continua com a sua degradação moral. Agora, publicidade de casas de apostas nos ônibus, em que crianças e jovens frequentam escolas”.

A publicação teve influencia imediata e resultou na retirada desse tipo de publicidade.