A liberação dos jogos de azar no Brasil está novamente em pauta devido a tramitação de oito projetos de lei na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Essas propostas pleiteiam a legalização de cassinos, bingos e outras formas de jogos.
Uma pesquisa revelada na metade do ano mostrou que uma quantidade expressiva de deputados está a favor dessa modificação da lei.
A PL 3489/2008 com maior aceitação se refere ao encaminhamento de 15% da arrecadação de bingos para programas de saúde. No entanto, os especialistas alegam que a legalização pode trazer ainda mais vantagens ao país, mas se deve atentar para o equilíbrio entre prós e contras.
Posicionamento dos deputados sobre jogos de azar no Brasil
Segundo o estudo feito pelo Paraná Pesquisas com 238 deputados, 52% se diz a favor da liberação dos jogos de azar no Brasil, enquanto 7% se mostraram indecisos. Em contrapartida, os especialistas alertam que somente encaminhar os recursos somente para saúde – uma tendência entre as propostas em tramitação – não é melhor caminho.
Para Dario Paixão, que também é pesquisador do turismo, o jogo: “Nunca estivemos tão perto do retorno dos cassinos ou da legalização do jogo de azar no Brasil”.
Ele frisou ainda sobre os benefícios do jogo: “O que mais ocorre em outros países é o financiamento de infraestrutura para as cidades onde há o jogo”, afirma, que considera importante também priorizar a educação.
“Também é necessário utilizar parte desses recursos para apoiar pesquisa, qualificação de mão-de-obra, até mesmo nas áreas que serão beneficiadas, como turismo e hotelaria”, acrescenta.
Isso porque a maioria dos outros países também revertem o dinheiro arrecadado para projetos e estruturas para cidades que recebem o jogo. Além disso, o investimento no segmento de educação também deveria ser avaliado na visão do pesquisador.
Outra necessidade é reservar parte do montante para tratamento de pessoas viciadas em apostas, um dos pontos negativos da liberação dos jogos de azar no Brasil. Mas, vale salientar que essa é uma realidade em outros países e que não veda a legalização da pratica.
Cassinos no Brasil
Somente o Brasil e o Equador ainda proíbem a existência de cassinos nos seus respectivos territórios em toda a América do Sul. No entanto, o modelo apresentado pelo Chile pode servir como referência para o país.
“Precisamos enfrentar a realidade de que muitas pessoas jogam daqui no Brasil em sites da internet, viajam para jogar, jogam em cruzeiros que levam o dinheiro para outros países. Com coragem, temos que responder qual a presença apropriada e o papel do jogo na sociedade brasileira”, ressalta o professor.
No Chile, há poucos cassinos e que se encontram somente em áreas com forte apelo turístico. Portanto, esses estabelecimentos são úteis para que essas regiões possam atrair cada vez mais visitantes e se desenvolver economicamente.
