Exclusivo Fábio Tibéria aponta obstáculos a serem vencidos pelo mercado brasileiro

A indústria do iGaming está acompanhando com atenção os primeiros passos do mercado regulamentado brasileiro. Esse foi um dos principais assuntos da ICE Barcelona 2025, realizada na semana passada. O especialista Fábio Tibéria, da FT Consulting, participou do evento, analisou essa nova fase e apontou alguns obstáculos a serem superados.

Questionado sobre a ICE, ele salientou que o evento é uma prova da força do mercado de apostas. “A ICE é maravilhosa. Barcelona é imensa. Essa é uma demonstração da força do mercado. Este é o ano da regulamentação do Brasil, o que mais nos interessa”, afirmou.

Além disso, ele acredita que o Brasil será um dos maiores mercados do planeta e tem tudo para superar a Inglaterra em volume e receita de apostas. “Estamos em um momento de espera, aguardando os números e os resultados desses primeiros meses. O mercado teve ligeira queda em função das adaptações necessárias”, ponderou.

Licença federal x Loterias estaduais

De acordo com Fábio Tibéria, é necessário ter muita cautela sobre a tributação do setor para não estimular o mercado irregular. “Em um ecossistema como o nosso, as empresas pagam quase 48% de impostos, lembrando que poderemos ter a adição do imposto seletivo nos próximos anos. Acho que esse ecossistema vai colapsar com esse tipo de imposto”, frisou.

O especialista também opinou sobre o caso envolvendo a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). “Na minha visão, a primeira regulação no Brasil foi da Loterj, há 34 anos. Essa dicotomia entre a Loterj e a (regulamentação) Federal não deveria existir. Deveríamos ter uma democratização dos jogos. O Brasil perdeu muitos operadores no último ano”, comentou.

Tibéria continuou: “A Loterj poderia coexistir com a (regulamentação) Federal, bem como outras loterias estaduais, e não criar um sistema de monopólio para poucos. Acho que muitos operadores não conseguirão sobreviver”, concluiu.