Com o Palmeiras prestes a firmar um novo patrocínio com a Sportingbet, as casas de apostas se consolidam como os principais anunciantes no futebol nacional. Atualmente, cerca de 80% dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro têm acordos com plataformas de apostas.
A influência das casas de apostas na economia dos clubes
O cenário há apenas dois anos era muito diferente. Mas, agora, 67% dos clubes já firmaram acordos de patrocínio máster com empresas do setor de apostas, totalizando 15 equipes da primeira divisão e 12 da Série B.
O crescimento das apostas no futebol é evidente. Apenas Palmeiras, Cuiabá (Série A) e Guarani (Série B) ainda não fecharam parcerias com casas de apostas. O Guarani, inclusive, teve que rescindir o contrato com a Dafabet.
Pois a empresa não se adequou às exigências do Ministério da Fazenda para obter uma licença de operação e optou por encerrar as operações no Brasil. Essa transição rápida reflete uma mudança cultural significativa no esporte brasileiro.
Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte, que patrocina equipes como Vila Nova e Goiás, afirma que “os investimentos dos clubes aumentaram, o nível de contratações está mais elevado. Tudo isso reflete dentro de campo e no relacionamento com o torcedor.” De acordo com ele, essa modalidade de patrocínio não só gera receita, mas também engaja os torcedores nas plataformas de apostas.
Entretanto, nem todos estão otimistas em relação a essa tendência. Amir Somoggi, sócio da consultoria Sports Value, considera a relação entre clubes e casas de apostas complicada. Ele cita que ligas como a NBA atraem uma diversidade maior de patrocinadores.
“A NBA no Brasil é um bom exemplo. Tem uma marca de bet, que quase não aparece, enquanto empresas como XP, Popeyes e Gatorade investem pesadamente na divulgação”, observa o consultor.
Flamengo e Corinthians possuem os maiores contratos com empresas de apostas
Mas para o setor das apostas, a diversificação de patrocínios nos clubes promete uma expansão econômica significativa. Atualmente, o Flamengo é o clube com o maior contrato de publicidade máster, recebendo R$ 117 milhões da Pixbet.
O Corinthians, que aparece em seguida, fechou um acordo de R$ 103 milhões com a Esportes da Sorte. O Palmeiras está prestes a fechar com a Sportingbet. Isso pode posicionar o clube como terceiro nesse ranking, com um contrato de R$ 100 milhões. Porém, a equipe feminina do Verdão é parceira do Esportes da Sorte até dezembro.
No total, mais de R$ 612,6 milhões já foram investidos em patrocinadores master no futebol brasileiro. Esse número ultrapassa R$ 850 milhões quando contabilizados outros tipos de parcerias.
Atualmente, cinco times da Série A não têm casa de aposta como patrocinador máster, mas não significa que esse tipo de empresa não faz parte da lista de parceiros desses clubes. Internacional, Grêmio e Bragantino contam com EstrelaBet, Esportes da Sorte e mr.Jack, respectivamente, em outras partes de suas camisas.
José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados, reforça a importância do setor de apostas no financiamento do esporte: “Não há outro segmento com capacidade e interesse em aportar recursos de patrocínio no esporte que chegue sequer perto das empresas de apostas.”
Vale lembrar que Manssur foi assessor especial do Ministério da Fazenda até o começo deste ano, contribuindo significativamente para a elaboração de regras para o setor de apostas online no Brasil. Portanto, isso demonstra como a regulamentação pode ser vital para o desenvolvimento desse segmento.
Ranking dos patrocínios máster da Série A do Brasileirão
Recentemente, o Lance! publicou uma lista com os prováveis valores dos patrocínios másters dos times de Série A:
- Flamengo – Pixbet (R$ 105 milhões por ano)
- Corinthians – Esportes da Sorte (R$ 103 milhões por ano)
- Palmeiras – Crefisa (R$ 81 milhões fixos por ano podendo saltar para R$ 120 milhões com bônus esportivos previstos no contrato)
- Vasco – Betfair (R$ 70 milhões por ano)
- São Paulo – SuperBet (R$ 52 milhões)
- Fluminense – SuperBet (R$ 52 milhões)
- Grêmio – Banrisul (R$30 milhões por ano)
- Internacional – Banrisul (R$30 milhões por ano)
- Botafogo – Parimatch (R$ 27,5 milhões por ano)
- Cruzeiro – Betfair (R$ 25 milhões por ano atualmente – R$ 42 milhões a partir de 2025)
- Fortaleza – Novibet (R$ 20 milhões por ano)
- Bahia – Esportes da Sorte (R$ 19 milhões por ano)
- Atlético-MG – Betano (R$ 18 milhões por ano)
- Athlético-PR – Esportes da Sorte (cerca de R$ 16,5 milhões por ano) (contrato suspenso)
- Juventude – Stake (R$ 15 milhões por ano)
- Atlético-GO – Blaze.com (R$ 14 milhões por ano)
- Vitória – Betsat (cerca de R$ 10 milhões por ano)
- Cuiabá – Sicredi (R$ 8 milhões por ano)
- Criciúma – EstrelaBet (R$ 6 milhões por ano)
- Bragantino – Red Bull (valores não divulgados)
