A relatora da CPI das Bets, criada para investigar o mercado de apostas e jogos online, é a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Ela afirmou que uma das prioridades da comissão é ouvir o depoimento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
Soraya apresentou requerimentos para convocar o executivo, mas, o comitê nunca os aprovou. Além disso, ela afirmou: “Acho que ele pode colaborar muito, já que uma casa de apostas patrocina o Brasileirão atualmente.”
Requerimentos e convocações da CPI das Bets
A senadora apresentou um requerimento de convocação do presidente da CBF em 14 de novembro deste ano. No dia 19, o comitê apreciou e rejeitou o requerimento. No mesmo dia, ela protocolou um novo requerimento, desta vez na modalidade de convite, que a comissão ainda não apreciou.
Thronicke expressou sua frustração e, em tom enigmático, comentou que algo estranho acontece sempre que tenta convocar o presidente da CBF.
“Estou convocando o Ednaldo e eles (os senadores) estão tirando. Será que o problema sou eu?”, questionou. Uma vez aprovado o requerimento pelos membros da comissão, cabe ao presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), agendar a data da oitiva.
Estatísticas e audiências
Nesta semana, a relatora do colegiado se reuniu com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No encontro, ela recebeu informações e dados sobre o perfil dos apostadores virtuais no Brasil, que indicam que a maioria tem mais de 60 anos.
“São números chocantes e astronômicos que dão um sinal de alerta muito pesado. Queremos levar essas estatísticas para serem analisadas pela CPI”, ressaltou Soraya.
Por fim, a senadora destacou que a comissão deve dedicar as próximas sessões a ouvir depoimentos de vítimas de golpes em plataformas online. A comissão planeja colher os relatos em audiências reservadas, garantindo um ambiente seguro para as vítimas compartilharem suas experiências.
CPI das Bets pode ser encerrada precocemente
Contudo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tende a atuar para encerrar os trabalhos antes do previsto. Embora Pacheco não possua autoridade regimental para dissolver uma CPI, ele pode facilitar acordos para minar a comissão, como incentivar os membros a não comparecerem às sessões.
Este cenário reflete uma situação similar ao ano passado; um movimento encerrou a CPI das Apostas Esportivas na Câmara dos Deputados. Originalmente, a comissão funcionaria até novembro, mas terminou dois meses antes e não votou o parecer final do relator, deputado Felipe Carreras (PSB-PE).