O jogador Lucas Paquetá, do West Ham, está sendo investigado pela Federação Inglesa de Futebol (FA – Football Association) por suspeita de envolvimento em apostas esportivas.
Um cartão amarelo supostamente forçado em jogo da temporada passada barrou a sua convocação para os primeiros jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo e ainda travou sua possível transferência pra o Manchester City.
Entretanto, ele atuou e até marcou no último domingo, 20, em vitória do West Ham contra o Chelsea, por 3 a 1. Conforme o R7, não há um mecanismo nas regras que exija a suspensão de um jogador investigado.
No Brasil, os atletas investigados pela Operação Penalidade Máxima do MPGO (Ministério Público de Goiás) foram afastados preventivamente pelo STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva). Alguns jogadores já foram até punidos com multas, suspensões e banimentos.
Suposto envolvimento de Paquetá com apostas esportivas
No dia 12 de março, foi detectado um número incomum de apostas na região da ilha de Paquetá — onde Lucas nasceu —, no Rio de Janeiro, para que o jogador tomasse um cartão amarelo na partida entre West Ham e Aston Villa, que terminou empatada em 1 a 1.
Aos 25 minutos do segundo tempo, o brasileiro parou uma jogada com um forte carrinho por trás. Ele foi advertido com o cartão amarelo. No mesmo confronto, ele fez quatro faltas, um recorde do atleta na última Premier League.
A empresa de apostas esportivas, Betway, patrocinadora do clube defendido por Paquetá, notou essa movimentação estranha em apostas.
Conforme o Daily Mail, o fato de muitos donos de novas contas apostarem o valor máximo na advertência do jogador brasileiro acender o alerta na casa de apostas, que informou à FA.
Outro brasileiro investigado
Essas averiguações levaram ao suposto envolvimento de outro brasileiro: Luiz Henrique, do Betis, da Espanha, que foi cortado da lista de Ramon Menezes da seleção olímpica pelo mesmo motivo de Lucas no time principal.
No mesmo dia em que Paquetá levou um cartão amarelo, Luiz Henrique foi advertido em partida do campeonato espanhol. Apostas combinadas para que os dois jogadores fossem punidos, algo incomum, foi um dos pontos de partida da investigação.
Desde 2014, qualquer pessoa envolvida com o futebol inglês é proibido de apostas, direta ou indiretamente, em qualquer evento esportivo ao redor do mundo.
“Um participante não deve apostar, direta ou indiretamente, ou instruir, permitir, causar ou habilitar qualquer pessoa a apostar no resultado, progresso, conduta ou qualquer outro aspecto de, ou ocorrência em, ou em conexão com, uma partida ou competição de futebol”, diz uma das regras da seção de “apostas” do manual da federação inglesa.
O caso de Paquetá também pode ser considerado um lance de “informação privilegiada”, que acontece quando um indivíduo que possui uma posição dentro dos clubes, por exemplo, repassa a um terceiro uma informação relevante e não pública sobre algo que possa ser apostado.
Até agora, Paquetá é somente investigado e pode ser escalado normalmente pelo técnico David Moyes. De acordo com a mídia inglesa, o atleta ficou “chocado” ao receber a notícia e nega as acusações.
Fora da seleção brasileira
A investigação do suposto envolvido com apostas esportivas foi comentada pelo técnico da seleção brasileira, Fernando Diniz. O treinador optou por preservar o jogador no momento.
“Paquetá estava na lista. É um jogador que eu gosto muito. É uma questão de preservação, deixá-lo resolver essas questões, que excedem o jogo. Deixá-lo mais à vontade para resolver. Tivemos estes problemas aqui no Brasil. Isso precisa do fator tempo para que as coisas se esclareçam”, declarou.
