A-Codere-refinancia-dividas-de-marco-e-abril-com-novos-titulos-de-E72-milhoes

O Grupo Codere teve acesso a um “oxigênio financeiro”, com a emissão de 72 milhões de euros em títulos com os quais poderá pagar os contas que deveria ter pago em março e abril, mas teve que adiar por não ter o suficiente.

A emissão corresponde à segunda parcela dos chamados “títulos ponte”, que a empresa lançou em comum acordo com seus obrigacionistas para poder enfrentar seus pagamentos mais iminentes.

No final de abril, quando anunciou o acordo com seus obrigacionistas para reestruturar o capital da empresa, ela emitiu uma primeira parcela de 31 milhões de euros. A segunda, de 72 milhões, estava pendente de várias condições, incluindo o apoio de uma grande porcentagem de seus portadores de obrigações. Esse apoio excedeu 90% entre os credores das várias emissões de títulos que a Codere tem no mercado, conforme reportado à CNMV.

“Como continuação da emissão dos títulos da ponte, a empresa instruiu o pagamento de todos os valores pendentes relativos aos juros, dentro dos períodos de carência correspondentes estipulados nos contratos”, explicou a empresa. A soma destes juros pendentes totalizava 30 milhões de euros, entre as contas com vencimento em março e abril.

Codere – planos adiantados por conta da má situação comercial

Estas e outras obrigações, juntamente com a má situação comercial que se deteriorou no primeiro trimestre do ano devido às restrições ligadas ao coronavírus, aceleraram os planos do Codere para obter novos financiamentos.

Segundo o acordo selado no verão passado com seus credores, a empresa tinha que garantir um nível mínimo de liquidez de 40 milhões de euros. Em 31 de março, o valor era de 58,4 milhões de euros, um valor do qual os já mencionados 30 milhões de euros de juros das obrigações tiveram que ser subtraídos, o que teria significado uma inadimplência para a empresa.

A empresa de jogos cumpre assim um primeiro passo no complexo processo de reestruturação que transformará os portadores de obrigações em proprietários de 95% do grupo, por meio da criação de uma nova holding que substituirá a atual, a Codere SA. Esta empresa deixará de ser listada na bolsa entre setembro e outubro, quando começarão os procedimentos para sua liquidação.