No discurso proferido no Plenário na quinta-feira (4), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu que as apostas esportivas precisam ser regulamentadas de maneira responsável. Segundo o parlamentar, essa atividade é uma “arapuca” e representa apenas uma parte visível de um grande problema que afeta uma parcela muito vulnerável da população, a qual não está adequadamente preparada para lidar com a intensa promoção das apostas.
Na ocasião, o senador solicitou ao governo, que está elaborando uma medida provisória para regulamentar as apostas esportivas, que proíba que empresas desse ramo patrocinem clubes esportivos com a exposição de suas marcas em camisas. O parlamentar alertou que cerca de 500 empresas lucram bilhões de reais com as apostas e argumentou que é necessário impor impostos sobre essas atividades. Ademais, ele destacou a existência de indícios de manipulação nos resultados dos jogos em decorrência das apostas.
“Hoje em dia, eu assisto sempre que posso ao futebol. É uma aberração o que a gente vê ali na borda do campo – ‘aposte, aposte, aposte’ – o tempo todo. Que se possa proibir de colocar isso nas bordas do campo, nos estádios, nas arenas de futebol e que se possa, sobretudo, proibir propaganda de jogador, porque aí você vai na emoção – propaganda em geral desse tipo de situação. Por quê? Porque isso vai colaborar com uma tragédia social”.
Durante sua fala, o senador ressaltou que a Premier League, principal liga de futebol da Inglaterra, já adotou uma medida proibindo a divulgação de casas de apostas nas camisas dos clubes. Na visão de Girão, é necessário ter coragem para confrontar um poderoso lobby que atua em defesa das empresas de apostas.
“Eu espero que o governo que se diz social possa não cair nessa tentação e deixar esse público vulnerável se endividar e cometer atrocidades contra a própria vida. É isso que eu espero. E se tomar uma decisão correta, eu venho aqui parabenizar o governo. Pode ter certeza disso. E eu espero bom senso com relação a esse assunto”, completou Eduardo Girão.