Deputado Evangélico Quer Apoio Católico para Vetar PL de Jogos de Azar
Foto: Visual Hunt

A regulamentação dos jogos de azar pode sofrer com uma união no Congresso Nacional. Isso porque a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, que conta com 193 deputados e 8 senadores, pretende buscar a ajuda de políticas de outras religiões, como os católicos, para barrar os projetos.

Todavia, o presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Maia já se posicionou a favor dos cassinos, mesmo que atrelados aos resorts. Em contrapartida, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) afirmou que os jogos de azar não serão legalizados no Brasil em função da união dessas bancadas.

Opositor ao projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Silas Câmara salientou:

“O cassino é sinônimo do que não presta. Traz exploração infantil, drogas, contrabando, corrupção e vício”, opinou.

Após essa declaração, Silas foi enfático:

“Eles não vão conseguir instituir essa lei no Brasil, porque a Frente Parlamentar Evangélica, a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família e a Frente Parlamentar Católica vão se unir fortemente contra isso”, comentou.

Para o parlamentar, que é pastor da Igreja Assembleia de Deus, é um grande engano a afirmação de que os jogos de azar vão aquecer a economia.

“Nos EUA, para cada dólar arrecadado em impostos dos cassinos, a economia de Las Vegas perde US$ 3 para recuperar as mazelas sociais que o jogo impõe à sociedade”, afirma, sem citar a fonte do estudo mencionado.

Arrecadação com os jogos de azar

No entanto, o presidente da Associação Brasileira de Bingos, Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Falles da Silveira frisou que os jogos de azar podem impulsionar o desenvolvimento nacional. Segundo Silveira, as questões apontadas pelos evangélicos não estão relacionadas com o segmento. Uma vez que isso não aconteceu nos países que liberaram o jogo.

Conforme o presidente da Abrabincs, mais de 80% das nações que façam parte da ONU liberou os jogos de azar. No bloco restante, 80% são países islâmicos. Já no continente americano, somente Brasil, Cuba e Venezuela ainda mantém restrições.

De acordo com Silveira, a liberação dos jogos resultará na elevação da arrecadação tributaria, abertura de novas vagas de serviços e barrará a influencia econômica dos criminosos. Todavia, o presidente Jair Bolsonaro ainda não declarou publicamente a sua posição sobre o projeto de lei.