A SiGMA Américas seguiu nesta quarta-feira. 23. O evento realizado inteiramente em formato online será finalizado na quinta-feira, 24. Assim, o objetivo da conferência é debater e apresentar o potencial dos mercados latino-americanos de iGaming e serviços tecnológicos que podem ser usados para aumentar lucros e melhorar a experiência do usuário.
Destaques do segundo dia da SiGMA Américas
Painel: “Efeitos das marcas de apostas esportivas no futebol brasileiro”
O primeiro debate da SiGMA Américas focou no mercado brasileiro de apostas e contou com Angelo Alberoni (Betmotion), Hugo Baungartner (RCT Gaming), Arthur Silva (Coingaming.io) e Matheus Antunes (Volta Pra Marcar Negócios).
Arthur Silva começou detalhando a experiência que teve na parceria com o Flamengo. “Foi uma abordagem completamente diferente. Com o Flamengo não era apenas uma marca estampada na camisa, na verdade, eles apoiaram a campanha da maneira que gostaríamos. Tem sido uma parceria maravilhosa desde o primeiro instante”.
Já Angelo Alberoni ponderou que os clubes também precisam se empenhar não apenas em fechar, mas em atender a demanda dos novos parceiros.
“Um patrocínio no Brasil ocorre principalmente com as marcas de apostas esportivas e são negócios recentes. O Flamengo é um destaque único no futebol nacional. Mas, quando se fala de futebol brasileiro, estamos falando de 100 pequenos clubes. Portanto, você deve selecionar para encontrar um bom negócio. Nem todos estão preparados para receber esse novo mercado”, frisou.
Alberoni continuou: “você deve entender o clube e o clube deve entender como resolver essa necessidade. Neste ano, eu fiz dois negócios com clubes de Santa Catarina de segunda divisão e foi bem diferente do Flamengo. Isso porque eles precisam entender que somos uma nova geração, uma nova fonte de renda. Quando você enxerga o lado de patrocínio da empresa deve encontrar alguma sinergia para conseguir atender ao anseio dos fãs”.
Além disso, Hugo Baungartner salientou que a legalização das apostas será um divisor para mercado nacional. “Há marcas que estão muito envolvidas com o futebol, mas tudo depende de quanto dinheiro e tempo tem para investir. Mas, eu acho que é possível e muitos estão esperando que isso aconteça a partir do momento que tenhamos uma regulamentação”.
Painel: “Apostar Além Do Futebol”
O futebol é seguido religiosamente através da América Latina. Existem oportunidades de apostas lucrativas em outras modalidades? A questão foi analisada por Leo de Biase (Bad Boy Leeroy), Alvaro Cotta (Liga Nacional de Basquete), Chris Nikolopoulos (Betby) e Domenico Mazzola (Altenar).
“Com essa terrível pandemia, o mercado de eSports foi impulsionado. Por um grande período, os esportes tradicionais quase pararam totalmente e o público e empresas estavam buscando novas formas de entretenimento. E, nós estávamos bem avançados nesse setor com grandes shows e muito conteúdo”, disse Leo de Biase sobre o momento de expansão dos jogos eletrônicos em todo o mundo.
Ele acrescentou: “então, estamos prosperando para participar dessa jornada que o esporte tradicional está fazendo há tanto tempo. Agora, nós somos a novidade. Então, estamos tentando encontrar o nosso espaço aqui e o público está crescendo. O futuro é muito bom para o setor”.
Já Alvaro Cotta contou como a Liga Nacional de Basquete está atuando para alcançar um público cada vez maior no chamado “país do futebol”. “O Brasil é o país do futebol, mas há muitos outros esportes com grandes comunidades de fãs. Falando do basquete, uma pesquisa recente apontou que temos 38 milhões de fãs no Brasil”, revelou Cotta.
De acordo com ele, “nesse total, temos 30 milhões fãs de NBA e 28 milhões de NBB, liga nacional de basquete. Acho que o desafio é nos engajarmos e oferecemos uma experiência melhor aos fãs. Então, o negócio de apostas pode agregar e aumentar a experiência e entretenimento para todos os fãs durante os jogos ao vivo e com todas as outras possibilidades que as marcas de apostas podem oferecer”.
Painel: “Contratação e formação de um time de ponta na LatAm”
Já a conversa sobre a criação de uma equipe de alto nível nos mercados da América Latina reuniu: Florencia Brancato (Pinnacle), Thomas Carvalhaes, Cris Matus (Ganabet MX) e Oliver de Bono (Condor Gaming).
“Uma questão muito importante é que operadores devem ter interesse não apenas em treinar, mas realmente imprimir a sua cultura e toda a cultura do iGaming,que é um setor totalmente diferente. Se olhar da perspectivas da boa vontade, acho que há muito talento. Quando dizemos LatAm ou América Latina, estamos falando de um grande continente com países bem diferentes e devemos estar atentos a essas diferenças também”, avaliou Thomas Carvalhaes.
Além disso, Carvalhaes citou algumas particularidades que as empresas precisam levar em consideração ao planejar a entrada e a atividade no cenário brasileiro.
“Acho que precisamos ser muito simples em nossa abordagem, mas se um operador leva a sério o Brasil deve levar em conta a localização e a regionalização em todos os aspectos. Caso contrário, não será capaz de obter os resultados que deseja”, pontuou.
Questionada sobre a maior dificuldade para desenvolver pessoal e não apenas encontrar, Florencia Brancato disse que “é uma combinação de tudo que você precisa fazer para contratar pessoas que tenham algumas habilidades. E também é preciso investir algum tempo em treinamento. A chave é mantê-los, porque você treina alguém e, de repente, essa pessoa não quer continuar na empresa. Se você é um bom gerente precisa manter a sua equipe motivada”.
Brancato também destacou a necessidade de se adequar as particularidades de cada país. “Você pode ser um mestre no Brasil, mas não tão bom no México ou em outro idioma. Eu sou do Uruguai e sei espanhol e, todo mundo entende espanhol. Mas, estamos na fronteira com o Brasil e muitos uruguaios falam bem português. Por isso, toda a nossa equipe fala três idiomas: português, espanhol e inglês e isso nos ajuda a administrar toda a região”.
Painel: “Marketing, afiliados e tráfego junket: armadilhas regionais a evitar”
O mercado de afiliados foi outro dos temas abordados na SiGMA Américas em uma conversa entre Alessandro Valente (Super Afiliados), Alvaro Quiros (Oddspedia) e Oliver de Bono (Condor Gaming.
Afinal, há um grande fluxo de operadores interessados na Europa e na América Latina nos últimos anos. Sendo assim, Alessandro Valente detalhou o posicionamento adotado pelo mercado de afiliação a partir da mudança dos jogos tradicionais baseados em espaço físicos para opções online no cenário da América Latina.
“Não temos um mercado saturado como na Europa e outras partes do mundo. Temos um mercado bastante imaturo que está se desenvolvendo. No entanto, temos alguns grandes players operando nas redes sociais, algo muito importante na região e ainda mais no Brasil. Redes sociais, sites, aplicativos moveis surgindo, mas não tanto em probabilidades porque não se desenvolveu muito”, afirmou.
Valente ainda pontuou que “estamos vendo um aumento no trafego e, ao mesmo tempo, está sendo difícil com esse contexto da pandemia que atingiu o mercado de apostas esportivas de forma gigantesca. Embora tenha contribuído com o aumento do trafego nos cassinos. De modo geral, sites são a principal fonte de trafego e mídia social, canais com grupos como WhatsApp ou Telegram”.
Painel: “Tecnologia: quais os tipos de tecnologias necessárias para estabelecer suas operações na LatAm?”
O painel que fechou o segundo dia da SiGMA Américas tratou das soluções de tecnologia adequadas para que as empresas possam realizar o processo operacional, bem como oferecer uma experiência satisfatória aos seus clientes.
Oliver de Bono (Condor Gaming) foi o moderador do debate, ao lado de Peter Nolte (Salsa Technology), Dmitry Starostenkov (Evenbet Gaming), Alejandro Revich (End 2 End).
“A América Latina é um mercado muito diversificado. Temos o Brasil como único pais de língua portuguesa e todos os demais países de língua espanhola. E todos esses países são muito diversificados e diferentes uns dos outros, podendo ser opostos em muitos aspectos”, frisou Peter Nolte.
Segundo ele, a localização é o segredo para o sucesso na região. “A nossa empresa foi fundada com o conceito de que a localização é a chave. E, isso nunca foi tão importante quanto na América Latina. Dessa forma, desenvolvemos uma estrutura para uma plataforma de jogos bem localizada e também muito conteúdo local”, finalizou.