Na Summit Sports Integrity, Especialistas Alertam que Brasil Deve se Preparar e Proteger na Nova Era
Foto: Flavio Figueiredo / iGaming Brazil

Governança Internacional e Instituto de Risco (GovRisk) em parceria com a Genius Sports estão promovendo a Summit Sports Integrity nesta quarta-feira, 2 de outubro, no Distrito Federal (DF). O encontro tem a participação do Ministério da Economia, Ministério Público e Polícia Federal.

Objetivo da Summit Sports Integrity

O evento é uma oportunidade para tratar sobre desafios e proteções à integridade do esporte brasileiro, incluindo o papel da futura regulamentação das apostas esportivas.

Comitê Olímpico Brasileiro, Tribunal de Arbitragem do Esporte, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Interpol, Polícia Federal e Ministério Público são algumas das entidades que presentes no evento tratando das questões relativas a apostas e ao jogo limpo no país.  

Abertura da Summit Sports Integrity

A primeira atividade do evento contou com as presenças de João Batista Brito Pereira (presidente do Tribunal Superior do Trabalho do Brasil), Dominic Le Moignan (diretor de Projetos Governamentais do GovRisk), Mark Locke e Chris Dougan (representantes da Genius Sports) e Alexandre Manoel Angelo da Silva (secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia).

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Representando o Ministério da Economia, Alexandre Manoel Angelo da Silva salientou três modificações que seriam positivas nessa transição de regulamentação nacional: “marco legal mais claro, implantação das modalidades faltantes e abertura à concorrência do mercado lotérico”.

Já Moignan frisou a relevância de um evento, como a Summit Sports Integrity, no Distrito Federal: “O evento é importante, pois conseguimos juntar setor público e privado no mesmo ambiente”.

O diretor da Genius Sports, Chris Dougan, por sua vez, pontuou que o país está prestes a entrar em uma nova fase e necessita estar pronto para lidar com todas as questões envolvidas: “o Brasil está numa nova era e precisa se preparar e proteger para isso. Precisamos cuidar do esporte, pois sem esporte não tem apostas”.

Painel 1: Integridade no esporte profissional – por que é importante e o que está em jogo?

A primeira mesa de conversas se focou na fiscalização e combate as iniciativas irregularidades. Os convidados explanaram sobre os tipos de jogos esportivos mais visados pelas organizações criminosas, o escopo da corrupção global no esporte e o que o Brasil pode aprender com estudos de caso internacionais visando a aprovação de regras rigorosas.

Foto: Flavio Figueiredo / iGaming Brazil

“Precisamos educar as novas gerações porque o jogo já existe e será a realidade deles. Diferente da nossa geração que sempre fugiu dessa palavrinha”, declarou o ex-diretor executivo do Comitê Olímpico Brasileiro e medalhista olímpico de vôlei, Marcus Vinícius Freire.

Na sequência, Tatiana Mesquita Nunes, advogada da União, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem e secretaria Especial do Esporte, explicou sobre as regras utilizadas no Brasil para tentar evitar fraude e detalhou o funcionamento do  Profut, Lei Pelé e FairPlay em contratos de trabalho.

Foto: Flavio Figueiredo / iGaming Brazil

“Quando falamos em integridade, falamos de segurança. Queremos que o esporte tenha a integridade de um cidadão honesto”, afirmou Tatiana.

Casos do mundo do futebol

O diretor executivo associado da Kroll, Ian Cook fez questão de mencionar a necessidade de apurar a fim de privilegiar negócios sadios e transparentes no setor: “um dos maiores clubes da Premier League nos contratou para verificar uma empresa de material esportivo que estava para fechar com a equipe e, nós fomos à campo, pesquisamos e descobrimos que a empresa da China respondia à diversos processos e ações, o negócio não foi fechado”.

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Além disso, Cook reforçou que alguns setores nacionais necessitam se ajustar para atender as exigências a nível global: “O segmento de compliance no Brasil, no setor esportivo, precisa mudar, assim como acontece em outras empresas em outros segmentos”.

O diretor de Parcerias Comerciais da Genius Sports, Martin Fernandez foi o último a se manifestar no painel e apresentou um caso ocorrido em março desde ano com um jogador do Rio Branco.

Foto: Flavio Figueiredo / iGaming Brazil

O atleta recebeu uma ligação de um bicheiro para entregar o jogo, mas os outros jogadores não aceitaram a oferta. O áudio vazou e o jogador acabou banido do futebol. O caso chegou a ganhar repercussão no programa Esporte Espetacular, da TV Globo.

Painel 2: Como a tecnologia pode ajudar a promover a integridade nos esportes e mercados relacionados?

O segundo painel da Summit Sports Integrity se referiu a forma com que a manipulação de resultados ocorre ao redor do mundo e quais ferramentas as autoridades, operadores e profissionais do meio possuem para manter a integridade do esporte.

O consultor especial da Genius Sports na América Latina, Percy Wilman citou três fatores para oportunizar o jogo limpo: “Trabalhamos três pilares que precisam andar junto: monitoramento e inteligência, educação e dissuasão”.

Foto: Flavio Figueiredo / iGaming Brazil

Percy explicou ainda como funciona o monitoramento de dados para um determinado jogo e relembrou um caso de fraude recente nas eliminatórias para a Copa do Mundo, envolvendo as seleções da África do Sul e Senegal.

“Houve um número desproporcional de apostas em número de gols marcados. O juiz deu um pênalti bem suspeito, nós mandamos os relatórios para a FIFA, que pediu mais evidências, nós passamos e foi constatado que o juiz estava envolvido no esquema. Ele foi banido do esporte”, ressaltou.

Por fim, o consultor apontou a preferência dos apostadores em jogar em eventos esportivos locais. “A maioria dos apostadores apostam no mercado local. O inglês joga no Campeonato Inglês e o brasileiro prefere jogar aqui”, concluiu.