Senadores do Uruguai aprovam projeto que regulamenta as apostas online
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A Comissão de Fazenda da Câmara dos Senadores do Uruguai aprovou o projeto de lei que o Poder Executivo apresentou meses atrás, para permitir que o Estado e os cassinos localizados no país ofereçam apostas online.

Esta iniciativa tinha sido definida como “prioritária” pelos senadores do Partido Nacional, tendo em conta que a procura por apostas online tem crescido em função das mudanças de hábitos que a pandemia impôs.

Da mesma forma, foi uma proposta que procurou ajudar a desbloquear o investimento milionário feito pelo empresário italiano Giuseppe Cipriani em Punta del Este, onde busca construir um novo hotel-cassino, ao mesmo tempo em que acessa uma licença para oferecer serviços de apostas online.

A discussão terminou com o voto de todas as partes, porque a negociação também envolveu contribuições que a Frente Ampla acabou fazendo, conforme explicou o senador do Movimento de Participação Popular, Alejandro Sánchez.

Entre outras contribuições, disse o legislador, a oposição conseguiu incluir um artigo que obriga a Direção Nacional dos Cassinos a financiar um fundo para tratar o vício do jogo com 5% dos seus lucros brutos.

“Porque o vício do jogo cresceu no mundo quando as apostas online são habilitadas”, disse Sánchez, que lembrou que a oposição “a princípio teve um olhar crítico” sobre esta iniciativa, uma posição que mudou devido à abertura do partido no poder para incluir modificações.

Nesse sentido, a Frente Ampla também conseguiu que o artigo contemplasse outra obrigação da Direção Nacional de Cassinos, que é estabelecer políticas de “jogo responsável”, de forma a padronizar os critérios para todos os cassinos do país visando monitorar aqueles jogadores que começam a adoecer. “O Estado terá que ser responsável por definir essas políticas”, disse o parlamentar da oposição.

Projeto que autoriza apostas online agora será encaminhado aos deputados

Quando a iniciativa chegar aos deputados, porém, a coalizão do governo terá que enfrentar uma discussão interna, pois há várias “objeções” a esse projeto. O deputado Sebastián Cal, que já havia criticado esta proposta, agora sublinhou que “não basta” a disposição que exige contribuições para um fundo para tratar o vício do jogo, e que são necessários mais controles na publicidade das apostas.