O Google tornou-se a primeira big tech a integrar o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). De acordo com a empresa, a entrada no Conar já estava em processo de negociação há anos. Além disso, contou com uma reforma na governança do órgão.
Em março, houve a criação um Conselho de Conteúdo, que vai definir as regras de autorregulação para o mercado publicitário brasileiro. Esse conselho terá representação paritárias. Desta forma, sua formação conta com quatro representantes dos anunciantes, quatro das agências, quatro das mídias tradicionais e quatro das plataformas.
Antes, era o Conselho Superior da entidade que atuava na formulação de atualização de regras (por exemplo, anexos sobre propagandas de bebida, para público infantil, de casas de apostas). As plataformas têm representatividade muito baixa no Conselho Superior.
O Conar analisa se propagandas violam o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária a partir de denúncias de associados, consumidores e autoridades e da própria entidade.
Entre as funções do Conar estão suas câmaras do Conselho de Ética
As denúncias são analisadas em oito câmaras do Conselho de Ética. O conselho tem poder para impor sanções como pedidos de alteração ou remoção de anúncios.
O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, comentou a ação. “É uma nova etapa de consolidação de um sistema que serve para promover uma publicidade mais ética”, disse.
Com a chegada do Google, passam a estar representados no Conar os anunciantes, veículos da mídia tradicional, agências de publicidade e plataformas de internet (que antes participavam apenas por meio da IAB Brasil – Interactive Advertising Bureau Brasil).
“As plataformas digitais respondem pelo maior fluxo de publicidade digital, com ampla capilaridade e importância crescente, dada a migração das mídias tradicionais para as mídias digitais. A entrada do Google reflete esse ecossistema de informação ampliado”, diz o presidente do Conar, Sergio Pompilio.
Pompilio afirma que convidou outras plataformas de internet para se associarem.
Google continua a seguir sua política de publicidade
Segundo Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, “o mercado publicitário digital é intrinsecamente um pouco diferente, seja pela escala, pela agilidade, pelo tamanho de inventário e pelo tamanho de parceiros que nós temos”. “Então, a gente vai tentar ao máximo trabalhar para aprimorar as práticas de mercado.”
O Google divulgou relatório de segurança em que afirma ter removido mais de 200 milhões de anúncios e suspendido 1,3 milhão de contas de anunciantes no ano passado. As principais irregularidades eram violação de marca registrada, deturpação e jogos online.
Conforme a empresa, continuará seguindo suas próprias políticas para publicidade, que muitas vezes coincidem com as do Conar. A plataforma é parte de entidades de autorregulação de publicidade no Reino Unido, na Europa e nos Estados Unidos.
Portanto, suas políticas de publicidade valem para anúncios nos resultados da busca no YouTube, e de displays distribuídos pelo Google e veiculados em sites.