A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu início a uma operação em larga escala para bloquear milhares de domínios no Brasil. Em entrevista ao programa CNN 360° na terça-feira (15), o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, compartilhou detalhes dessa ação.
Baigorri explicou que o bloqueio das plataformas de apostas começou na última sexta-feira (11), após a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda enviar à Anatel uma lista de sites não autorizados a operar no país.
“Assim que recebemos essa lista, começamos a notificar as quase 20 mil empresas de telecomunicações no Brasil que possuem outorga da Anatel para fornecer acesso à internet”, detalhou.
Mas, vale salientar que alguns desses domínios eram sites de afiliados e até do segmento de mídia. O portal de notícias, Yogonet, foi tirado do ar indevidamente no início das operações. As atividades do site foram retomadas nesta segunda-feira (14) após contatos com a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) e a própria Anatel.
Presidente da Anatel alega que o trabalho é muito maior do que no bloqueio do X
O presidente da Anatel destacou que a escala desta operação é significativamente maior do que o recente bloqueio da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil. “No caso da plataforma X, lidamos com um único site, um único domínio. Agora, estamos lidando com cerca de 2.040 sites de apostas“, comparou Baigorri.
A complexidade da operação vai além do número de sites. Baigorri alertou que é comum que empresas ilegais procurem maneiras de driblar o bloqueio.
“Parte desse trabalho contínuo é monitorar essas tentativas de burlar o sistema, identificar como ocorrem e tomar as medidas necessárias para garantir que o bloqueio seja eficaz”, afirmou.
Baigorri enfatizou que este será um esforço contínuo, realizado em estreita colaboração com o Ministério da Fazenda. “É um processo constante de identificação e bloqueio de domínios irregulares, coordenado entre o Ministério da Fazenda e a Anatel“, explicou.
Ele também esclareceu que a Anatel não gerencia os domínios. A agência, apenas recebe a lista do Ministério da Fazenda e instrui as empresas de telecomunicações a efetuar o bloqueio.
Portanto, o monitoramento e a atualização da lista de sites irregulares são responsabilidade do Ministério da Fazenda. Enquanto isso, a Anatel cuida da execução técnica do bloqueio.