O grupo de trabalho (GT) que debate o marco regulatório dos jogos no Brasil vai incluir os chamados ‘fantasy games’, ou ‘fantasy sports’, no projeto. A modalidade de jogos já conta com ampla base de jogadores no Brasil.
Os deputados do grupo estimam que a regulamentação desse tipo de jogo poderá gerar uma arrecadação de R$ 8 bilhões. Apesar do retorno financeiro previsto, a proposta enfrenta resistência de parlamentares que temem pelo impacto negativo da medida e da legalização de qualquer tipo de modalidade de aposta no país.
Os ‘fantasy games’ são modalidades de jogo de apostas em que o resultado está atrelado ao desempenho de atletas em campeonatos reais de esportes.
Um exemplo já existente hoje no Brasil é o Cartola FC, em que os competidores criam times virtuais de atletas do futebol. Os pontos são acumulados conforme o desempenho desses profissionais nos campeonatos. O jogador com time que acumular mais pontos recebe um prêmio em dinheiro ao final do campeonato.

O GT é presidido pelo deputado Bacelar (Podemos-BA), que propôs a inclusão da modalidade de apostas, alegando que sua prática já está disseminada no Brasil mas carece de uma lei que permita sua regulamentação, bem como a definição de mecanismos de proteção aos jogadores. “Se um site desses deixa de pagar o vencedor, a quem ele pode recorrer?”, questionou.
O relator do projeto, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), defende também a necessidade de se regulamentar esse tipo de jogo no país, devido à impossibilidade de se controlar o tipo de aposta envolvida nos fantasy games. “Qualquer pessoa com um smartphone é capaz de acompanhar um jogo de futebol e apostar no resultado. Você consegue, com um aparelho na sua mão, apostar em qualquer time de futebol no Brasil”, disse o relator.
O relatório do marco legal do jogo poderá ser votado pelo GT nesta quinta-feira (9). Uma vez aprovado no grupo, o texto poderá ser apreciado em plenário.
Não há previsão, contudo, de que a deliberação final ocorra até o fim da próxima semana, quando começará o recesso legislativo. O assunto deverá ser discutido em 2022 pelo conjunto dos deputados.