A popularização dos jogos é uma realidade. Há menos de dez anos, muita gente custaria a acreditar que até familiares com mais idade, alguma vez se entusiasmariam com um videogame.
No entanto, a adesão massiva ao Facebook e aos celulares inteligentes viraram o jogo: Candy Crush, AngryBirds e centenas de outros títulos ficaram famosos por desarmar as barreiras pessoais de virtualmente todos os públicos-alvo com gráficos coloridos, animações fluidas, músicas cativantes e jogabilidade simplificada.
Além da mecânica behaviorista de estimular recompensas nos jogadores, muitos desses jogos conseguiram tanto apelo por outra inovação: o fator social. Não é à toa que está em voga o desenvolvimento de jogos sociais, jogados por múltiplas pessoas, que interagem no ambiente virtual. Frequentemente, essas diversões estão disponíveis somente dentro de plataformas de redes sociais.
No mundo dos cassinos, já se enxergam possibilidades nos jogos sociais: títulos de sucesso como Zynga Poker e Slotomania são grandes expoentes do gênero da aposta virtual. Esse segmento dos jogos sociais vem crescendo de maneira expressiva: estima-se que atraiam uns 11 milhões de usuários diários e movimentem mais de US$ 4 bilhões anuais mundialmente. Esse faturamento é mais que o triplo daquele de seis anos atrás.
Apostas virtuais que geram dinheiro real
O hábito de jogadores sociais é muito diferente daquele dos frequentadores usuais de cassino. Para começar, grande parte dos jogos sequer traz a possibilidade de apostar dinheiro real, que é o estímulo original de qualquer cassino.
Além disso, a virtualidade desse entretenimento permite que ele fique disponível para ser jogado a qualquer momento. Essa característica faz com que muita gente jogue durante o expediente profissional, por exemplo.
Além disso, qualquer um pode acessar o ambiente de um jogo sem obedecer aos códigos sociais, inibições ou limitações impostas num cassino real. Isso permite que a comunidade de jogadores incorpore muito mais mulheres (o que é interessante) e até mesmo crianças (o que é preocupante).
Em países que proíbem as apostas, os jogos sociais desse segmento também são uma alternativa viável. Afinal de contas, esse é um jeito de jogar valendo “fichas” ou dinheiro fictício.
Curiosamente, não é por não exigir apostas que esse tipo de jogo não pode lucrar – e muito. Muitos dos jogos virtuais atuais, especialmente de celular, são desenhados para serem tão envolventes a ponto de instigar o jogador a gastar dinheiro em qualquer atributo que o diferencie de seus pares – eis a exploração comercial do componente social em ação.
A maioria dos jogadores de apostas sociais hoje tem mais de 40 anos e, portanto, renda própria. É uma realidade radicalmente diferente do público de um título como Fortnite, que tem 62,7% de seus 125 milhões de jogadores mundiais na faixa entre 18 e 24 anos, conforme informa a Verto Analytics, e que também já entrou para o mundo das apostas.
Atualmente, cerca de 20% dos apostadores sociais recorrem a compras para incrementar sua performance em jogos de apostas sociais, de acordo com a empresa Melhor Games. Trata-se de dinheiro real, que entra no caixa dos desenvolvedores.
Além disso, outro componente lucrativo dessas diversões são os anúncios. Embora não estejam presentes em todos os jogos, informes publicitários frequentemente são inseridos em pequenas animações ou em pequenas porções da tela.
Cassinos em expansão
Os cassinos de hoje são grandes atrações turísticas com seu ambiente folclórico. No entanto, a possibilidade de fazer crescer exponencialmente a escala de jogadores no mundo virtual é muito atrativo. Muitos desses empreendimentos já exploram o ramo digital habilmente, e a tendência é a ênfase recair nos jogos sociais nos próximos tempos.
Já há plataformas interativas de jogos que expandem o aspecto social para novos patamares: Twitch, YouTube Gaming e Facebook Gaming são gigantes disputando mercado e inovando. Diante desse cenário, os desenvolvedores de jogos de apostas têm muito o que explorar – e o público, muito a usufruir.