'Separaria o que é Físico do que é Online', diz Thomas Carvalhaes

Recentemente, o Rio de Janeiro recebeu o 1º Seminário Internacional sobre a Regulamentação dos Jogos Online. Promovido pela Associação Brasileira dos Operadores e Provedores Internacionais de Jogos (ABRAJOGO), o evento contou com debates de pessoas influentes, especialistas e até parlamentares. Entre eles, Thomas Carvalhaes trouxe a experiência obtida em sua atuação nos diversos grupos de empresas do ramo de apostas ao redor do mundo.

Vale salientar que a LeoVegas é um site de apostas que teve origem na Suécia, tem capital aberto e licença emitida pela MGA (Malta Gaming Authority) e atua em vários mercados internacionais.

Aproveitando o evento, Thomas Carvalhaes concedeu uma entrevista exclusiva ao iGaming Brazil falando deste período de debate em torno da regulamentação da indústria do jogo no Brasil.

Entrevista com Thomas Carvalhaes

iGaming Brazil: O que você acha que pode ser um complicador nesse momento de regulamentação?

Thomas Carvalhaes: Eu não diria complicador, mas é preciso ter um consenso entre as partes. Entre operadores e possíveis órgãos regulamentadores, tem de haver uma educação e consciência de como funcionam os jogos online. Vejo que estamos cogitando várias possibilidades e me preocupa. Não vejo como empecilho, mas me preocupa o modelo que está sendo contemplado porque é um modelo com base no modelo comercial das loterias, não sendo necessariamente o melhor modelo para uma operação que pode gerar lucros e perdas. Acho que para o setor e reguladores se entenderem, esse ponto precisaria ser revisto. 

iGaming Brazil: Você acha que todos precisam entrar em um consenso pra ter uma lei para todos?

Thomas Carvalhaes: Eu, de fato, sugiro que poderíamos ir por partes. Já estamos em um bom caminho para esportes e, de novo, gerando essa conscientização eventualmente vamos chegar em um ponto comum. Eu não colocaria tudo em um pacote só e separaria o que é físico do que é online, e dentro disso, eu colocaria primeiro o online. Inicialmente, eu colocaria esportes e depois, contemplaria um modelo de regulamentação para cassinos etc. Eventualmente, eu contemplaria outro modelo de regulamentação e tributação para cassinos físicos.

iGaming Brazil: Qual é a importância de eventos falando sobre apostas, como tivemos o da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e na FPF (Federação Paulista de Futebol), com pessoas influentes e políticos? Como você vê esse momento para o Brasil?

Thomas Carvalhaes: Importantíssimo. Eu estou impressionado pela organização e relevância dos temas discutidos por pessoas que tem voz e voto nos pontos discutidos. Foi uma honra enorme ter participado deste fórum e fazer parte desta mesa redonda gigante, a expectativa é que os parlamentares escutem o setor, tentem entender de forma dinâmica e implantem isso no modelo que está sendo considerado.

iGaming Brazil: Para finalizar, o que você vai levar deste evento? O que você viu de inovador?

Thomas Carvalhaes: Eu acho que foram citados diversos pontos que podemos mencionar. Algo que achei interessante foi a possibilidade que o Brasil tenha o seu modelo regulatório com sistema de licenças temporárias emitidas pelo órgão regulador de Malta. Isso me apareceu muito interessante. De fato, estarei me juntando ao movimento para fazer isso acontecer, porque será benéfico para ambas as partes. Será um aprendizado mútuo, uma melhor sintonia com o governo e setor vai permitir que os operadores sérios já possam iniciar seus investimentos no Brasil.