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Bilhete da Mega da Virada - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil


Elza Jesus de Almeida, 64 anos, moradora do bairro do Jabaquara, em São Paulo, afirma que perdeu o prêmio milionário da Mega da Virada devido a um erro da lotérica. Segundo ela, a aposta não foi registrada corretamente. Elza diz que acertou os números sorteados em 31 de dezembro, mas que a operadora da lotérica não registrou a aposta.

Elza explica que possuía um canhoto com três apostas, mas registraram apenas as duas primeiras. A combinação vencedora, 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57, ficou de fora.

Durante entrevista ao portal Metrópoles em 1º de janeiro, ela admitiu: “Foram oito jogos, foi bastante, eu não contei. Se eu tivesse contado, eu saberia que tinha um faltando. E, quando ela cobrasse, eu falaria: ‘Não, pera aí, faltou um’, mas eu não contei. Nem imaginava isso, eu confiei.”

No entanto, Elza acredita que a culpa é da máquina de registros. Ela questiona: “Ela pôs essa cartela lá dentro da maquininha, por que registrou as duas de cima e a de baixo não?”. Além disso, ela criticou: “Parece que é uma máfia, não registrou só o que era premiado”.

Tentativas de provar a versão

Desde o sorteio, Elza tem tomado medidas para provar que jogou os números sorteados. Nos dias seguintes, ela e seu filho buscaram a polícia e a lotérica para acessar as imagens das câmeras de segurança.

Na última sexta-feira (10), Elza notificou a lotérica extrajudicialmente e acionou a Justiça para garantir que as imagens sejam preservadas e enviadas a seu advogado, Evandro Rolim.

Evandro declarou: “Caso o laudo seja positivo, a minha cliente entrará com ação judicial de indenização com fundamento na teoria da perda de uma chance, uma vez que ficou demonstrado que ela tinha probabilidade real e certa de ganhar e só não ganhou por erro no sistema”.

A notificação extrajudicial deu à lotérica três dias para fornecer as imagens, e a solicitação judicial requer avaliação de um juiz.

Persistência e esperança para resgatar o prêmio da Mega da Virada

Elza mantém a esperança de receber o prêmio. “Porque foi erro deles”, diz ela, referindo-se à lotérica e à Caixa Econômica Federal. Determinada, ela está disposta a ir à Justiça, mesmo que o processo seja longo.

“Eu falo para Deus que eu não estou errada, por isso que eu tenho fé que eu vou ganhar”, afirmou. Ela enfatiza que deseja ver o resultado antes de falecer.

O impacto na vida pessoal

Desde o incidente, Elza não voltou à lotérica, de propriedade de um amigo, por se sentir “humilhada” e “uma coitada”. Quando circula pela cidade, ouve comentários de que tem ou não chances de ganhar.

Sobre as dúvidas de terceiros, Elza expressou: “Aquele lá em cima está vendo que eu não fiz. Jamais eu ia fazer isso. Eu tenho 64 anos, jamais eu ia mentir. Nunca fiz isso, para que eu ia fazer isso?”.

O caso afetou seu sono, apetite e desempenho no trabalho. Ela disse: “Eu estou me sentindo mal, eu estou passando mal, eu não estou bem”.

Posição da Caixa Econômica sobre o possível prêmio da Mega da Virada

A Caixa Econômica Federal, procurada pelo Metrópoles, esclareceu no dia 2 de janeiro que o recibo emitido pelo terminal é o único documento que comprova o registro da aposta e possibilita a retirada de prêmios.