Queda na Arrecadação das Loterias Impacta Esporte Olímpico Brasileiro
Foto: Agência Brasil

O mês de abril está entrando na sua reta final e trazendo um cenário de crise profunda ao esporte olímpico brasileiro. Depois de registrar uma queda de 46% na arrecadação das loterias federais em março, os comitês olímpico (COB) e paralímpico (CPB) tentam se ajustar para valores similares ou ainda mais baixos em abril.

As entidades também estimam que essa diminuição brusca nos valores repassados deve se suceder nos próximos meses, devido a pandemia de novo coronavírus.

Isso porque as casas lotéricas ficaram com as portas fechadas durante algumas semanas no mês passado até a reabertura com um decreto do Governo Federal com a classificação como serviço essencial.

“Está muito preocupante. Estamos vendo a possibilidade de a arrecadação cair em 50% neste mês, já que muitas loterias em shoppings continuam fechadas”, afirma o presidente do CPB, Mizael Conrado.

O diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, fez uma previsão semelhante. “Isso nos preocupa. É uma queda bastante significativa e precisamos esperar os próximos meses”, diz.

Repasse da arrecadação das loterias para o esporte nacional

Vale salientar que o COB embolsa 1,71% da arrecadação das loterias, enquanto o CPB leva 0,95%. Além disso, outras associações e federações esportivas contam com essa fonte de renda e estão sofrendo as conseqüências do isolamento social.

Essa quantia é passada de maneira direta pela Caixa Econômica Federal, no caso das entidades olímpicas, para preparação dos esportistas nacionais em ciclo olímpico e paralímpico. No entanto, a previsão é chegar a Tóquio no ano que vem com investimento muito abaixo.

Desde que foi englobado no repasse de verbas de loterias, o esporte paralímpico cresceu expressivamente e o Brasil se tornou uma das potenciais nas últimas três edições dos jogos. Porém, a redução sofrida na principal fonte de recursos não é o único fator de preocupação para o futuro do esporte na volta a normalidade.

Diversos clubes estão revendo o investimento em modalidades olímpicas, bem como muitos acordos de patrocínios individuais com os atletas terminam no final do primeiro semestre deste ano. E, a expectativa é que novos cortes no segmento de alto rendimento se sucedem nos próximos meses.