
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), vice-presidente da CPI das Bets, protocolou nesta segunda-feira (16) uma representação formal na Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido busca investigar suspeitas de um esquema de extorsão envolvendo empresários do setor de apostas, como revelou a VEJA na semana passada.
De acordo com a reportagem, denúncias já em posse da Polícia Federal (PF) indicam que Silvio Assis, um conhecido lobista de Brasília, teria extorquido donos de casas de apostas. Supostamente, ele contava com a colaboração de parlamentares ligados à CPI.
Denúncias chegam à presidência do Senado
O senador Ciro Nogueira, suplente na comissão, levou o caso ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Segundo ele, Assis solicitou R$ 40 milhões a um empresário do setor. Prometeram evitar sua convocação para depor na CPI, alegando sua boa relação com alguns congressistas.
Silvio Assis, preso pela PF em 2018, negou as acusações. “Isso é uma falácia”, afirmou o lobista.
Investigação pode levar a punições severas
Na representação apresentada à PGR, Alessandro Vieira ressaltou a gravidade das suspeitas. Ele afirmou que, se comprovarem as denúncias, os envolvidos poderão responder por extorsão.
“Exigir o pagamento de quantias vultosas para evitar que empresários sejam convocados a prestar depoimento em CPI é conduta apta a configurar aludido crime”, escreveu Vieira.
O senador também destacou que, se houver comprovação de participação de políticos, esses poderão responder não apenas por extorsão, mas também por improbidade administrativa.
Pressão para encerrar os trabalhos da CPI das Bets
Mas, diante das denúncias, Rodrigo Pacheco sinalizou aos membros da comissão a possibilidade de encerrar os trabalhos da CPI antes do prazo previsto. Originalmente instalada em novembro, a comissão tem autorização para funcionar até abril do ano que vem.
A decisão pode marcar uma reviravolta no andamento da CPI das Bets, que vem atraindo atenção devido à sua complexidade e aos interesses envolvidos no setor de apostas esportivas.
A repercussão desse caso acende um alerta para o mercado de apostas esportivas no Brasil. Dessa forma, empresas do setor, que já enfrentam desafios regulatórios, agora lidam com possíveis esquemas que comprometem a credibilidade do ambiente político e empresarial.
Portanto, o desfecho dessa investigação será crucial para reforçar a transparência e proteger o crescimento sustentável do iGaming no país.