A CPI das Bets, em sessão no Senado Federal, solicitou acesso ao inquérito policial que investiga possíveis irregularidades no contrato de patrocínio entre o Corinthians e a empresa Vai de Bet. A suspeita é de que o contrato possa estar envolvido em atividades de lavagem de dinheiro.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, destacou a importância dos documentos e solicitou expressamente o esclarecimento das suspeitas de atividades ilícitas.
O ofício foi direcionado à Polícia Civil de São Paulo na sexta-feira, dia 6, solicitando também relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo Thronicke, “os documentos são imprescindíveis para análise do caso que tem suspeitas de lavagem de dinheiro e desvios”.
A CPI das Bets busca a colaboração do delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), encarregado da investigação.
Depoimento a CPI das Bets e frentes de investigação
A investigação do contrato se desdobra em duas frentes principais. Primeiramente, a análise do vínculo entre Corinthians e Vai de Bet, onde se apuram possíveis desvios realizados por meio de “laranjas”.
A Polícia Civil investiga a transferência de R$ 1 milhão, feita por uma intermediária do contrato à Neoway, empresa sob o nome de uma residente de Peruíbe, SP.A segunda investigação foca em transações detectadas pelo Coaf envolvendo o empresário Fernando de Oliveira Lima, conhecido como “Fernandin OIG“.
A CPI das Bets ouviu Fernandin, que negou envolvimento em irregularidades e afirmou não ser proprietário do “Jogo do Tigrinho”, cuja legalidade está sob questionamento. Os investigadores suspeitam que a empresa OIG de Fernandin facilita apostas online, possivelmente envolvida em atividades ilícitas e lavagem de dinheiro.
Portanto, a OIG transferiu R$ 1,7 milhão para a ACJ Plataform, possivelmente uma empresa de fachada, que movimentou R$ 10,7 milhões em quatro meses. Um depósito de R$ 600 mil foi feito pela ACJ à Neoway.
Conforme o portal Metrópoles, Tiago Fernando Correia solicitou compartilhamento judicial do inquérito, aguardando o parecer do Gaeco.
Declarações da OIG
A assessoria de Fernando Oliveira Lima, CEO da OIG, afirmou que “não há qualquer tipo de relação societária ou de parceria da empresa e seu proprietário com o ‘Fortune Tiger’.” A OIG explicou que sua presença neste mercado acontece através de um acordo comercial com a BetConstruct, uma plataforma que opera legalmente no Brasil.
Portanto, a empresa apresentou às autoridades as explicações necessárias, incluindo notas fiscais, sobre as transações destacadas pelo Coaf.
Por fim, a OIG enfatizou que não está sendo investigada ou indiciada no caso em questão. Também destacou que suas plataformas foram algumas das primeiras a cumprir as exigências do novo marco regulatório do governo brasileiro, obtendo autorização e pagando a outorga de R$ 30 milhões.