A Medida Provisória das apostas esportivas, que está sendo elaborada pelo Ministério da Fazenda, pode ameaçar o patrocínio de ao menos 13 times das séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, de acordo com o publicitário João Rodrigues, especialista na área, em artigo no portal “Poder 360”.
Segundo o texto, o setor projeta que pelo menos 10 sites de apostas das 23 empresas que tem parcerias com clubes das três principais divisões do Brasileirão não tem recursos para arcar com o valor da licença de R$ 30 milhões para operar no país.
Essa licença, válida por cinco anos, é um dos pontos da MP que precisa ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, para realizar propaganda no país, as empresas terão de ter CNPJ e sede no Brasil e pagar impostos – a estimativa do governo é que a arrecadação possa alcançar R$ 10 bilhões por ano.
“Conforme estimativas do mercado de apostas, o valor da licença de R$ 30 milhões pode ser suportado com pagamento à vista por no máximo 13 empresas que atuam no ramo e patrocinam times das séries A, B e C do futebol brasileiro. Em relação às outras 10 companhias que patrocinam 13 equipes, há dúvidas se terão condições de arcar com essa conta”, diz o artigo no “Poder360”.
Medida Provisória das apostas esportivas precisa ajustar, segundo o especialista
Rodrigues declarou que, se a Medida Provisória das apostas esportivas for editada do jeito que está, várias empresas “continuarão atuando em outros países e sendo acessíveis aos consumidores brasileiros, sem pagar impostos – como é hoje. Só não poderão fazer propaganda no Brasil. Mas continuarão disponíveis na internet a partir de servidores no exterior”.
O Botafogo, por exemplo, é um times que tem apoio de uma casa de apostas, a Parimatch: R$ 27,5 milhões por ano, sendo o terceiro maior do país (atrás de Palmeiras e Flamengo). Da elite do futebol nacional, somente o Cuiabá não tem empresa do ramo estampada no uniforme.
“Com a proibição de publicidade para casas de apostas que não comprarem a licença, os times terão que procurar outra fonte de receita para sustentar suas operações. Não será uma tarefa trivial. Os valores pagos pelas casas de apostas chegam a ser até 3 vezes maiores que os de outros patrocinadores, como bancos”, finalizou Rodrigues.
A proposta defende a necessidade de regular o setor de apostas no país, que movimenta bilhões, porém, aponta que o “foco talvez deva ser na cobrança de impostos sobre o faturamento das empresas, e não no valor das licenças que serão emitidas para os empreendimentos estarem registrados no Brasil.”
Empresas de apostas que patrocinam clubes da Séries A, B e C:
- Bet7k – Mirassol
- Betano – Atlético-MG e Fluminense
- Betcapital – Figueirense
- Betfair – Cruzeiro e Palmeiras
- Betfast – Ituano
- Betnacional – Sport, Vitória, Náutico, Paysandu e Remo
- Betsson – Athletico-PR
- Blaze Bet – Atlético-GO
- Brbet – Chapecoense e Operário-PR
- Dafabet – Coritiba
- Esporte365 – Brusque
- Esportes da Sorte – Bahia, Goiás, Grêmio, ABC, Guarani, Londrina, Novorizontino, Vila Nova e América-RN
- Estrela Bet – América-MG, Internacional, Botafogo-SP, Ceará, CRB, Criciúma e Ponte Preta
- Mr Jack Bet – Red Bull Bragantino
- Novibet – Fortaleza
- Pagbet – Sampaio Corrêa, Confiança e CSA
- Parimatch – Botafogo
- Pixbet – Corinthians, Flamengo, Santos, Vasco, Avaí e Juventude
- Royalbets – Volta Redonda
- Sportsbet.io – São Paulo
- Tvbet – Botafogo-PB
- Upsports.Bet – São José-RS
- Valsports – Tombense